O juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, decretou nesta sexta-feira (16) a falência da GAS Consultoria e Tecnologia. A decisão confirma a antecipação dos efeitos da quebra da empresa, já determinada em fevereiro de 2023.
A empresa, controlada por Glaidson Acácio dos Santos, é investigada por operar um esquema envolvendo criptomoedas e estrutura de pirâmide financeira. Segundo levantamento da administração judicial, a dívida da companhia ultrapassa R$ 3,8 bilhões. Foram identificados 62.604 credores com documentação comprovando o crédito. No total, foram recebidos 127.785 cadastros, mas parte dos interessados não apresentou os documentos exigidos.
A análise dos dados aponta que 74% dos credores investiram até R$ 50 mil, o que representa 26% do total da dívida. Já 5% dos credores têm valores acima de R$ 200 mil, concentrando 39% do passivo. De acordo com as investigações, a empresa oferecia retorno mensal de 10% sobre os valores investidos.
A GAS havia solicitado recuperação judicial em maio de 2022. Em fevereiro de 2023, a Justiça determinou a antecipação dos efeitos da falência, com afastamento da gestão, vencimento antecipado das dívidas e bloqueio dos bens dos sócios.
Glaidson foi preso em agosto de 2021 durante a Operação Kriptos, da Polícia Federal, e responde a acusações do Ministério Público Federal por liderar organização criminosa atuante em esquema financeiro irregular iniciado em Cabo Frio. Ele está atualmente no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.
A sócia da empresa, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, foi presa nos Estados Unidos em janeiro de 2024, após dois anos e meio foragida.