InícioDestaqueCriptomoedas, day trade, CDB, poupança: entenda a diferença

Criptomoedas, day trade, CDB, poupança: entenda a diferença

Homicídio de trader em São Pedro da Aldeia e golpes de 'consultorias' na Região dos Lagos levantam dúvidas sobre as modalidades para fazer o dinheiro render com segurança

Com o boom das corretoras de criptomoedas na Região dos Lagos e a promessa de lucros mais altos, muitas pessoas acabaram perdendo as economias ao investirem em empresas fantasmas, serem vítimas de golpes ou, até mesmo, investindo ‘errado’.

Atualmente, os investimentos de valores, as criptomoedas e os riscos que os tipos de operação podem trazer àqueles que resolvem apostar um pouco mais são o assunto do momento. Diferente dos títulos de renda fixa, o perfil desse investidor de renda variável é mais agressivo.

O Portal RC24h preparou uma matéria com as principais formas de investir o dinheiro em Rendas Fixas e Variáveis. Confira.

POUPANÇA

Uma das formas mais populares de guardar as economias, a poupança é uma aplicação de renda fixa, simples e acessível para todo mundo. Qualquer pessoa pode investir – inclusive os menores de idade, desde que sejam representados ou assistidos pelo pai, mãe ou responsável legal.

Apesar de ser a aplicação mais tradicional do Brasil, a poupança tem a pior rentabilidade, sendo a mesma em qualquer instituição financeira. Porém, é isenta de custos e tributos, a taxa de juros é baseada na Selic.

  • Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR);
  • Se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.
CDB

Ainda entre os investimentos de renda fixa, está o CDB, que é o Certificado de Depósito Bancário e está disponível na maioria dos bancos. Além de ser mais rentável do que a poupança, porém com a cobrança de IOF e tributação no Imposto de renda.

O CDB funciona como um ‘empréstimo’, em que o investidor empresta o dinheiro para os bancos financiarem as atividades de crédito, logo, as instituições financeiras captam dinheiro com os CDBs e oferecem em troca uma remuneração em juros por um determinado período.

A rentabilidade do CDB varias, basicamente, entre três modelos comuns.

O prefixado é quando o investidor consegue calcular exatamente a remuneração que obterá, com taxa de juros definida e informada desde o momento da aplicação.

O pós-fixado é o modelo mais comum disponível no mercado. O investidor sabe o indicador de referência da rentabilidade, mas não tem certeza do retorno em reais, já que segue uma dinâmica de variações do indicador, por exemplo, o CDI sendo o mais comum deles.

E, por último, o CDB atrelado à inflação, que segue o retorno com uma parcela pré-fixada e outra pós fixada, com variação da inflação medida pelo IPCA ou pelo IGP-M.

LCI E LCA

Ainda entre os títulos de Renda Fixa, figuram a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) – que são livres do Imposto de Renda.

Neste modelo, quem investe em um desses dois títulos está emprestando o dinheiro para que a instituição financeira ofereça crédito de incentivo aos dois setores. Assim como o CDB, o investidor recebe o pagamento de juros sobre o montante investido em troca desse valor.

A principal diferença entre LCI e LCA é o setor que cada uma financia, além da rentabilidade, o prazo de aplicação e o aporte inicial.

Os títulos também tem baixa liquidez, assim como no CDB. Ou seja, pode demorar para que o dinheiro investido seja resgatado.

O principal ponto para quem investe em Renda Fixa é a segurança de ter o dinheiro de volta. Com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), os títulos dessa modalidade são considerados seguros. A desvantagem é a baixa remuneração, se comparada com o mercado de ações, que pode deixar alguém milionário – ou levar à falência – em um único dia.

DAY TRADE

Nos investimentos de risco mais alto, estrela a bolsa de valores, inclusive em operações mais complexas, conhecidas como day trade, que, no mercado financeiro, é o nome que se dá às operações de compra e venda de ações que começam e terminam no mesmo dia – ou em um único pregão.

Quem realiza esse tipo de transação recebe o nome de day trader, como é o caso do investidor Wesley Pessano, de 19 anos, que foi assassinado no dia 4 de agosto em São Pedro da Aldeia.

O mercado trader explodiu devido à facilidade nos dias atuais, com diversas corretoras e plataformas online para compra e venda de ações. Qualquer um pode se tornar um day trader. Apesar disso é essencial conhecer as dinâmicas do mercado econômico e pesquisar bastante sobre quais são as empresas confiáveis, de forma a diminuir um pouco o risco do investimento.

O day trade pode ser vantajoso já é que possível investir sem ter, necessariamente, todo o dinheiro para comprar as ações, bastando ter uma garantia. Só será necessário pagar pelas perdas ou receber o lucro da operação.

Outro ponto bastante atrativo no modo de investimento é a liquidez, em que o lucro da operação fica disponível em cerca de 24h. Entretanto, a possibilidade de ganhos altos em um curto prazo é o que mais atrai na operação.

Vale lembrar que o day trade é uma operação arriscada e pode gerar grandes perdas. É indicado para quem tem mais conhecimento sobre o mercado financeiro e possui tempo disponível para acompanhar as movimentações em tempo real da bolsa de valores.

O lucro também é tributado com alíquota de 20%, já descontado o custo da corretagem, e o pagamento é feito via DARF, como um boleto comum.

CRIPTOMOEDAS

As criptomoedas são moedas digitais descentralizadas, portanto elas só existem na internet, diferente das moedas reais e não existe um órgão ou governo responsável pelo controle, intermediação ou autorização de moedas, transferências, entre outras operações, que são realizadas pelos próprios usuários.

Entre as mais conhecidas e, pelo valor de mercado, estão a Bitcoin, Etherum, Ripple, Litecoin, Bitcoin Cash, EOS e Binance Coin. Elas são armazenadas em carteiras digitais e ganharam fama devido à alta volatilidade; sofrem variações diárias e seguem a lei da oferta e da demanda. A quantidade de bitcoins é limitada: somente 21 milhões de moedas podem ser emitidas.

O mercado de criptomoedas também opera com especulação, tal qual o mercado de ações. Se o investimento não é seguro devido alguma variante, o preço despenca. Já se parece atrativo, o valor aumenta.

O mercado das criptomoedas passou a ser visto como uma forma de investimento e funciona de forma parecida com o day trade. Basta abrir uma conta em uma corretora, dessa vez de moedas virtuais, e começar a negociar.

O investimento no mercado de criptomoedas também apresenta alto risco, já que o valor varia bastante ao longo do tempo.

Especialistas indicam colocar apenas uma pequena parcela dos investimentos neste tipo de ativo.

NA MIRA DA POLÍCIA

Com a facilidade do mundo virtual e a falta de regulamentação, o mercado de criptomoedas virou um verdadeiro chamariz para golpistas. Nos últimos meses, a Região dos Lagos foi palco de crimes policiais relacionados ao tipo de investimento. Além do homicídio do trader Wesley Pessano, somente em 2021, outros três empresários do ramo de criptomoedas foram vítimas de atentados. Dois em Cabo Frio, nos meses de março e junho, e um em Araruama, em julho.

Um empresário de São Pedro da Aldeia foi vítima de um golpe e teve prejuízo em cerca de R$16 mil investidos na Winzer Cooperativa.

Em Cabo Frio, mais de 10 mil clientes da Black Warrior, uma empresa de corretagem de criptomoedas, também tiveram os investimentos perdidos.

Coordenadora de Reportagem na Portal RC24h | Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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