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Vizinha filma e relata prisão de argentino acusado de racismo em Búzios

Argentino chamou funcionário da Prolagos de "macaco" durante o trabalho nesta quarta-feira (11)

Uma moradora de Búzios foi às redes sociais nesta quarta-feira (11) relatar detalhes sobre a prisão de um homem branco, que é argentino, após chamar um funcionário da Prolagos, que é negro, de “macaco”. Lorena Falck, como se identifica no Instagram, também é negra e é vizinha do criminoso.

Em uma série de stories, Lorena começa contando que ouviu uma confusão na casa debaixo e foi até a varanda para ver o que estava acontecendo.

“O cara gritando que tinha um carro no portão dele, que não estava deixando ele sair. O motorista era o que? Preto. O cara que queria sair era o que? Branco. O que ele fez? Foi racista”, relembra.

Diante do ocorrido, a moradora conta que acabou se ‘intrometendo’ no caso. “Perguntei se ele achava que estava na Disney. Saiu lá da Argentina, pra vir pro Brasil ser racista. Três vizinhos pretos colados. Vocês acham que a gente ia ouvir ele chamando alguém de macaco e ia ficar ó (calado)”.

Lorena fez imagens do momento em que o argentino é preso pela Polícia Civil, sob gritos de vizinhos que também estavam revoltados com o caso.

Logo depois, ela volta a relatar nos vídeos que a proprietária da casa onde ela e os vizinhos moram, que também é branca, defendeu o racista.

“Ela brotou reclamando que a gente estava gritando. Pedindo para a gente parar de gritar. Vocês conseguem entender? Eu não consigo”, questiona Lorena.


ENTENDA O CRIME OCORRIDO EM BÚZIOS

Na manhã dessa quarta, o argentino foi preso pela Polícia Civil após chamar o funcionário da concessionária de água e esgoto da região, a Prolagos, de “macaco”, durante o exercício das atividades na loja do Portal da Ferradura.

A empresa acionou a polícia e o criminoso foi encaminhado para a delegacia. Por se tratar de um estrangeiro, o consulado da Argentina no Brasil foi notificado.

A Prolagos afirmou, em nota, que presta todo o apoio jurídico ao colaborador e reforça o compromisso com o combate ao racismo, promovendo diversidade no quadro de funcionários por meio do programa de igualdade racial ‘Respeito Dá o Tom’, “garantindo a equidade nas oportunidades de acesso à empresa, incentiva o crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos ou pardos e realiza ações de conscientização para ajudar a construir uma sociedade mais justa e diversa”.

Lembrando que racismo é crime e os casos devem ser denunciados em delegacias, pela internet e pelo telefone, pelo Dique Direitos Humanos/Disque 100.


PRESIDENTE SANCIONA LEI

Justamente nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, sendo inafiançável e imprescritível. A sanção ocorreu durante a cerimônia de transmissão de cargo das ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, no Palácio do Planalto.

O texto, que foi aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado, inscreve a injúria na Lei do Racismo e cria o crime de injúria racial coletiva.

O crime de injúria racial é quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o de racismo acontece quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.

Com a sanção da nova Lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos e a pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Caso ocorra dentro de estádios, em contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais, a pena também será de dois a cinco anos e a pessoa fica proibida de frequentar o tipo de local por três anos.

Coordenadora de Reportagem na Portal RC24h | Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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