O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), por meio da Superintendência Regional Lagos São João, resgatou nesta quarta-feira (3), uma arara canindé mantida ilegalmente em cativeiro e um filhote de mão-pelada, que havia acabado de ser capturado por infratores ambientais, no município de Cabo Frio. A ação foi desencadeada a partir de denúncia recebida pela pasta ambiental.
Quando estavam a caminho do endereço citado na denúncia, no Distrito de Unamar, os técnicos flagraram dois homens, um deles portando uma gaiola com um filhote de mão-pelada, caminhando pela Rua Orlando Bragança. Ao perceberem a presença dos fiscais, eles fugiram, deixando para trás a estrutura. O bichinho foi resgatado.

Em seguida, a equipe se deslocou para uma residência situada na Rua Pena Verde onde encontraram uma arara canindé com sinais de maus tratos, pois a ave estava acondicionada em uma gaiola com espaço muito limitado, além de apresentar alguns ferimentos. A arara canindé também foi resgatada. A responsável pela residência foi autuada com base no Artigo 31 da Lei Estadual nº 3.467/2000, cuja multa pode chegar a R$ 10 mil. Ela foi conduzida à 126ª Delegacia de Polícia (Cabo Frio) onde prestou esclarecimentos.
O filhote de mão-pelada e a arara Canindé foram levados para o Instituto BW, um parceiro do Inea, cuja sede está localizada em Praia Seca. Os animais ficarão sob quarentena. Conforme preconiza a legislação ambiental, manter animais silvestres ilegalmente em cativeiro configura crime ambiental, e quem o pratica, está sujeito a multa e detenção.

Sobre o mão-pelada e a arara Canindé
O mão-pelada é um mamífero nativo das Américas e pertence à mesma família dos guaxinins. Conhecido por sua adaptabilidade e hábito noturno, o animal desempenha um papel essencial nos ecossistemas, ajudando no controle de pragas e na dispersão de sementes. Tem ocorrência em praticamente todos os biomas brasileiros (Cerrado, Amazônia, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas).
Já a arara canindé habita na América do Sul e, no Brasil, está presente na região amazônica e no centro-oeste. A ave exerce papel crucial para a natureza, pois atua como dispersora de sementes, promovendo o reflorestamento natural.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.