29/07/2025 — 02:33
  (Horário de Brasília)

Violência no RJ tem queda em homicídios, mas roubos crescem

Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que estado ficou fora do ranking das 20 cidades mais violentas do país, mas foi o único com aumento geral nos roubos em 2024

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O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela um cenário ambíguo no estado do Rio de Janeiro: enquanto os homicídios e as mortes provocadas por policiais apresentaram queda, os índices de roubos aumentaram, contrariando a tendência nacional e gerando apreensão entre os moradores.

Pela primeira vez em anos, nenhuma cidade do Rio aparece entre as 20 mais violentas do país. Em 2023, Itaguaí ocupava a 16ª posição. No panorama geral por estados, o Rio figura agora em 15º lugar no ranking nacional de mortes por 100 mil habitantes, um sinal de melhora nos indicadores mais letais.

A redução nas mortes violentas intencionais foi de quase 11%, e as mortes causadas por policiais recuaram 19,3%, passando de 871 em 2023 para 703 em 2024. Pesquisadores atribuem parte dessa queda à ADPF 635, uma ação do Supremo Tribunal Federal que restringe operações policiais em comunidades.

Por outro lado, a violência patrimonial segue em ascensão. O estado do Rio foi o único do país a registrar aumento no total de roubos, com 106.919 casos em 2024 — alta de 16,9%. Os roubos de veículos subiram 34%, saltando de 22 mil para quase 31 mil ocorrências. Apenas Tocantins e Minas Gerais também registraram crescimento nesse tipo de crime.

O roubo de celulares cresceu ainda mais: 38% em um ano, passando de pouco mais de 15 mil casos para mais de 21 mil. Nesse quesito, o Rio caminha na contramão do país, ao lado de Mato Grosso.

Os dados mais recentes do Instituto de Segurança Pública (ISP), também divulgados nesta quinta-feira e referentes a junho de 2025, confirmam as tendências apontadas no anuário. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, os roubos de celulares aumentaram 27%, os roubos de rua cresceram 5%, e os de carga subiram 19%.

Já os indicadores de letalidade violenta continuam caindo. Junho registrou o menor número de mortes desde o início da série histórica, em 1991 — uma queda de 14%. As mortes por intervenção de policiais caíram quase 40%, e os roubos de veículos diminuíram 15%.

A violência contra a mulher, no entanto, segue em alta. O Rio teve aumento em 10 dos 12 tipos de crimes monitorados pelo Fórum, incluindo feminicídio, estupro e violência psicológica. O fenômeno acompanha uma tendência nacional.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública atribui as reduções nas mortes a um conjunto de investimentos em tecnologia, reforço no efetivo e ações estratégicas de repressão ao crime organizado. Entre os destaques, estão as operações Torniquete — que prendeu mais de 560 pessoas e recuperou R$ 39 milhões em cargas e veículos — e Rastreio, responsável pela apreensão de mais de 5 mil celulares roubados.

Desde o início da atual gestão, mais de R$ 4,5 bilhões foram investidos na segurança pública. Foram adquiridas 1.714 viaturas, com previsão de mais 758 veículos, 470 motocicletas e um helicóptero blindado até 2025. Houve ainda reformas em unidades da PM, reforço no efetivo com novos concursos e expansão do programa Segurança Presente, que agora conta com 50 unidades em todo o estado.

O sistema de reconhecimento facial também vem sendo utilizado como ferramenta no combate à criminalidade, com 1.132 prisões realizadas, sendo 544 por meio de câmeras fixas em áreas urbanas e 588 por sistema portátil.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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