26/07/2025 — 07:11
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Violência contra a mulher atinge níveis alarmantes no Rio de Janeiro, revela Anuário de Segurança Pública

Em 2024, o Rio de Janeiro registrou 108 casos de feminicídio, mantendo-se entre os estados com maior número absoluto de assassinatos de mulheres motivados por questões de gênero

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O estado do Rio de Janeiro continua enfrentando um grave cenário de violência contra a mulher, conforme revelam os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os números colocam o estado entre os mais preocupantes do país em diferentes indicadores de agressões, ameaças e crimes letais contra mulheres.

Feminicídios: alta e persistência da letalidade

Em 2024, o Rio de Janeiro registrou 108 casos de feminicídio, mantendo-se entre os estados com maior número absoluto de assassinatos de mulheres motivados por questões de gênero. Esse número representa uma taxa de 1,5 feminicídios por 100 mil mulheres, acima da média nacional, que foi de 1,3.

Ameaças e violência física em alta

Além dos crimes letais, a violência cotidiana também mostra índices elevados. O estado contabilizou:

  • 20.055 registros de ameaça contra mulheres, com taxa de 278,7 por 100 mil mulheres;
  • 12.243 casos de lesão corporal dolosa contra mulheres no contexto de violência doméstica e familiar, resultando em uma taxa de 170,1 por 100 mil.

Esses dados evidenciam a presença constante da violência de gênero no dia a dia das fluminenses, muitas vezes dentro do próprio lar, por parte de companheiros ou ex-companheiros.

Estupros: um panorama de subnotificação e brutalidade

O crime de estupro também apresenta números significativos. Em 2024, foram registrados 5.515 casos de estupro de vítimas do sexo feminino, o que representa uma taxa de 76,6 por 100 mil mulheres. Desses, 3.161 casos referem-se a vítimas com até 13 anos de idade, evidenciando a vulnerabilidade de meninas à violência sexual — uma realidade que se agrava diante da subnotificação generalizada desse tipo de crime.

Medidas protetivas: alta demanda por proteção

O número de medidas protetivas de urgência concedidas no estado também impressiona: foram 30.881 ao longo de 2024, refletindo o crescente número de mulheres que recorrem ao sistema de justiça para garantir sua integridade física e emocional.

Subnotificação e desafios estruturais

Especialistas alertam que os números reais podem ser ainda maiores, já que muitos casos de violência contra a mulher não chegam a ser denunciados. Barreiras culturais, medo de retaliação e desconfiança nas instituições são apontados como fatores que alimentam a subnotificação.

Além disso, o Anuário destaca a necessidade de investimentos em políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero, como a ampliação da rede de atendimento, a capacitação de profissionais da segurança e da saúde, e o fortalecimento das delegacias especializadas de atendimento à mulher.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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