24/03/2025 — 10:05
  (Horário de Brasília)

Estudante de Cabo Frio participa de experiência como astronauta análoga

Caroline Lanzieri, de 23 anos, é ex-aluna das escolas públicas Antônio da Cunha Azevedo e Márcia Francesconi

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A cabo-friense Caroline Lanzieri, de 23 anos, retornou neste domingo (1º) de uma experiência como astronauta análoga no Habitat Marte. A missão faz parte de um projeto simulador das possíveis condições do planeta vermelho, e teve início na última quinta-feira (29), na zona rural da cidade de Caiçara do Rio do Vento (RN), em meio à caatinga nordestina.

Caroline já foi aluna das escolas públicas municipais Antônio da Cunha Azevedo e Márcia Francesconi, e entrou na missão a partir de uma chamada pública da qual se inscreveu por, desde criança, ter fascinação pela área espacial. Atualmente ela é estudante do sexto período de Direito da Universidade Estácio de Sá, e buscou uma maneira de aliar suas duas áreas de interesse.

“Estou me formando em Direito e ainda não temos leis específicas de desenvolvimento nem projetos de apoio a pesquisadores deste ramo. Nisso entra o Direito, para fazer acontecer, por meio de projetos e leis, o apoio e incentivo aos nossos pesquisadores. Acredito que deveríamos ter mais incentivos, e é essa bandeira que eu quero levantar, ajudando nos investimentos em tecnologia brasileira, porque temos ótimos pesquisadores, centros de pesquisa, mas pouco apoio”, afirmou Caroline.

Durante a missão, houve a preparação física dos astronautas análogos, atividades nas formações rochosas, subida no vulcão extinto do Pico do Cabugi, manutenção e melhoria dos sistemas de aquaponia com testes de medidas de conforto térmico, além da realização de protocolos regulares operacionais de funcionamento da estação espacial análoga. O cultivo de plantas no local já foi iniciado em janeiro deste ano e pode revelar descobertas importantes.

Inspirada na estação espacial norte-americana Mars Desert Research Station (MDRS), coordenada pela Mars Society, a Habitat Marte possui todas as instalações necessárias para ser ocupada durante um tempo. Nela podem ser simulados estudos em laboratório sobre o solo, o clima e a atmosfera marciana. O local também está preparado para receber simulações de expedições ao planeta, utilizando-se trajes espaciais feitos especialmente para os cientistas.

“Foi uma experiência única e incrível. Realizamos atividades diárias, como observação astronômica, escalada, exploração de cavernas, e sempre tínhamos que fazer relatórios sobre nosso estado de saúde e nossa relação com a equipe. Também fizemos relatórios de observações e melhorias específicas para a continuidade do projeto, além de passarmos por uma descompressão e simulação da saída dos astronautas para as atividades intraveiculares e extraveiculares”, finalizou Caroline.

O trabalho é resultado da investigação desenvolvida durante o pós-doutorado do professor doutor Júlio Resende, e é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Com a simulação, o cientista pretende fazer com que o local seja um núcleo de pesquisas para ser utilizado em Marte, no futuro das expedições espaciais. A primeira missão no Habitat Marte ocorreu em dezembro de 2017. Hoje a estação registra 65 missões completas realizadas.

Um dos aspectos mais significativos da estação espacial brasileira é o fato de que o Habitat Marte está disponível para ser utilizado por cientistas, pesquisadores, professores ou estudantes de qualquer área do conhecimento, já que o desafio humano, durante o futuro processo de colonização do planeta vermelho, exigirá o domínio de informações em todas as áreas do conhecimento.

Mais informações sobre as atividades de pesquisa do Habitat Marte podem ser encontradas nas redes sociais seguindo @HabitatMarte, ou acessando o canal Habitat Marte, que já contém mais de 400 vídeos.

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).

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