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“Estou com dor e hemorragia”: Moradora de Cabo Frio denuncia descaso no Hospital da Mulher

Já com o risco cirúrgico em mãos, Giseli Loureiro Pontes afirma que tem enfrentando resistência por parte dos médicos na realização da cirurgia para sua Adenomiose, doença que lida há dois anos, mas que vem apresentando pioras desde o início de abril

“Falta de amor, respeito e empatia”. É o que diz Giseli Loureiro Pontes, moradora de Cabo Frio que sofre com Adenomiose há dois anos, sobre o atendimento do Hospital Municipal da Mulher. Ela conta que desde o dia 4 de abril vem tentando marcar uma cirurgia para resolver seu caso, mas, apesar de possuir os exames necessários para isso, não obteve sucesso. A paciente foi liberada da internação na quarta (17), com a médica orientando “tomar remédios para passar a dor”, e nesta quinta-feira (18) ela já amanheceu apresentando novos sangramentos.

Segundo relato, tudo começou no dia 4 deste mês, quando Giseli tinha uma consulta agendada com um médico do posto Oswaldo Cruz, para marcar a cirurgia. Contudo, sentiu muitas dores e teve hemorragia intensa, então foi encaminhada para o Hospital Municipal da Mulher. “Me levaram de cadeira de rodas, porque eu não estava aguentando nem andar. Chegando lá, o médico mandou me internar”, disse.

Giseli conta que permaneceu internada na unidade por seis dias, sendo mandada para casa – sem a realização da cirurgia da qual necessita. O médico do posto até teria prometido um encaixe para o procedimento, mas nada foi feito.

No dia seguinte de sua liberação, Giseli recebeu um encaminhamento para a realização de uma ressonância, da qual ela conseguiu fazer e aguarda o resultado. Contudo, no meio tempo em que espera, na segunda-feira (15), a paciente apresentou outra hemorragia e muitas dores, sendo mais uma vez necessário buscar atendimento no Hospital Municipal da Mulher.

“Quando sinto [isso], parece que estou tendo um filho”, disse a mulher. E mesmo com a intensidade das dores, Giseli denuncia que teve que lidar com um atendimento grosseiro por parte do médico.

“Aí o médico olhou para minha cara, falou que só ia me atender pra ele não ser omisso de atendimento. Mas porque ali não era o hospital da mulher. Ali era uma maternidade”, relatou Giseli. Ela prontamente contestou, reafirmando a identidade do local: “Não. Aqui é um hospital da mulher, que até que me prove o contrário. Está escrito lá fora. Hospital Municipal da Mulher. É uma maternidade, sim. Mas também tem que tratar casos de mulher. Seria o meu caso”, declarou.

Giseli relata que apenas conseguiu ser internada na unidade após tratativas entre seu marido e o profissional, pontuando que já não aguenta mais esse “vai e volta” de hospital, principalmente porque já “está com todo o risco cirúrgico em mãos”.

“Porque eu fico nesse vai e volta, vai e volta de hospital e ninguém resolve nada. Já estou com todo o risco cirúrgico em mãos, né? Por devido a um erro de um médico, que eu fui no dia da minha consulta, o médico não marcou junto com meu esposo lá, não agendou a minha operação. Então, chego no hospital passando mal, ninguém quer me operar”, desabafa, complementando: “eles me colocam no soro, dão remédio, medicamento, injeção, fazem isso, aquilo, o outro… para estancar o sangue por um momento e, quando estanca o sangue, simplesmente mandam para casa. E eu falo assim, gente, estou com risco cirúrgico na mão, não tem como encaixar”.

Durante o tempo que ficou internada na unidade, a paciente conta que uma enfermeira lhe disse que os médicos “não realizam o procedimento porque não querem”, porque eles “apenas precisam agendar”.

“Uma enfermeira falou que eles não fazem a cirurgia porque não querem. Porque simplesmente é só eles agendar (…). Mas chega gente lá com emergência ginecológica, tipo eu, passaram na minha frente. Então assim, eu acho um descaso com a saúde que a gente está tendo aqui em Cabo Frio, principalmente quando se trata da mulher”, comenta.

Giseli conta que, mesmo com dores e ainda apresentando sangramento, foi liberada do hospital na noite desta quarta-feira (17).

“A médica pegou, me deu um toque (…) [e] falou que ia me mandar para casa, que estava tudo bem. Aí só falei para ela assim: ‘mas quem está sentindo as dores sou eu, não é a senhora’. (…) [Ela disse:] ‘você toma um remédio, você está fazendo tratamento’. Mas por quanto tempo terei que fazer tratamento? Mais 3 anos, 4 anos? Quando eu não estiver mais útero ou conseguir ficar em pé? Ou estiver tudo ruim já dentro de mim”, diz Giseli.

Agora, Giseli segue apresentando hemorragia e dores, e faz questão de dizer que “a saúde de Cabo Frio está uma porcaria”.

“Eu estou com dor e hemorragia (…). Sou praticamente carregada pra lá e pra cá com o meu esposo, com o meu filho, e assim é a saúde de Cabo Frio”, finaliza.

Diante dos fatos, o Portal RC24H entrou em contato com a prefeitura de Cabo Frio, questionando sobre o caso, e obteve a seguinte resposta:

“A Prefeitura de Cabo Frio esclarece que a paciente em questão foi prontamente atendida, quando apresentou um quadro clínico que demandava investigação de endometriose ou miomatose, sendo solicitados os exames necessários para diagnóstico adequado.

No dia agendado para a apresentação dos exames e avaliação do caso, em 9 de abril, a paciente apresentou um quadro de sangramento, o que resultou em sua imediata internação no Hospital Municipal da Mulher. Durante o período de internação, não houve registro de sangramento ativo, indicando que não se tratava de um caso emergencial.

Neste mesmo dia, a equipe médica solicitou uma ressonância adicional, devidamente marcada e realizada pelo Hospital da Mulher no dia 12 de abril. O laudo saiu nesta sexta-feira (19) e a cirurgia foi agendada para o dia 25 de abril.

A Secretaria de Saúde reitera que a paciente foi acolhida e recebeu assistência integral desde o primeiro contato, incluindo a realização de todos os exames pertinentes ao seu caso. Porém, é importante ressaltar que a definição do tratamento adequado, por meio de uma cirurgia, requer uma análise completa do quadro clínico e dos resultados dos exames, visando a melhor abordagem para garantir a saúde e bem-estar da paciente. A Secretaria de Saúde esclarece ainda que já esclareceu toda a situação á paciente”.

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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