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Com salários iguais e altas nos preços, consumidores de Cabo Frio se reinventam nas compras de Páscoa

Com a Páscoa neste domingo (31), moradores preferem comprar iscas ao invés de bacalhau e não adquirir ovos de chocolate, devido ao valor

O número de compras dos consumidores tem diminuído cada vez mais durante períodos festivos. Neste ano, com a Páscoa neste domingo (31), não será diferente. Pelo menos não para os moradores de Cabo Frio, que relatam preços maiores e salários iguais, sendo necessário, mais uma vez, se reinventar para comemorar a data.

É comum encontrar frutos do mar no prato dos brasileiros no domingo de Páscoa. A prática está ligada à tradições religiosas e culturais, onde muitos cristãos realizam o jejum e a abstinência de carne vermelha pelo período de 40 dias. A opção popular é o famoso bacalhau. Contudo, com o passar do tempo, o preço não tem sido tão “popular” assim. Na cidade cabo-friense, os valores estão variando entre R$ 32,40 e R$ 236,39 – ou mais.

Na Casas Pedro, empório localizado na Avenida Teixeira e Souza, os preços são a partir de R$ 69,90, chegando a R$ 130. Já o Grand Marché, também no Centro, os valores chegam a R$ 236,39. No Supermercado Extra, na Avenida América Central, os preços variam entre R$ 65 e R$ 97,59. No Hortifruit, localizado no Braga, são encontradas peças de variadas marcas e tamanhos, com valores entre R$ 62,96; R$ 80,96; R$ 89,99; 103,90; e 149,99. Já no Mercado Tropical, em São Cristóvão, são encontradas alternâncias de preços, com peças custando de R$ 32,40 a R$ 75,85.

No Supermercado Princesa, na Praia do Siqueira, o consumidor encontra peças de R$ 34,96 a R$ 97,01. Já no Supermarket do Parque Burle, os preços chegam a R$ R$ 165.

Confira a tabela:

ESTABELECIMENTOMENOR PREÇO (R$)MAIOR PREÇO (R$)
Mercado Tropical32,4075,85
Princesa da Praia do Siqueira34,9697,01
Supermarket165
Hortfruit62,96 149,99
Supermercado Extra6597,59
Casas Pedro69,90130
Grand Marché69,90236,39

Com preços considerados “nada atrativos”, alguns consumidores têm optado por iscas. Este é o caso Matheus Silveira e sua família. Ele conta que, por mais que não seja o bacalhau propriamente dito, “dá para dar uma enganada”, já que “o propósito é reunir todo mundo e celebrar “a ressurreição de Cristo”.

“O preço só aumenta e o salário não, fica fora do orçamento. Está bem mais caro que no ano passado. Como o que importa, na verdade, é estar junto da família, celebrando a ressurreição de Cristo, comprei umas iscas, e é isso. Cada um vai levar um prato e, juntos, vamos comemorar”, conta.

Além dele, outras pessoas também deixaram de comprar o peixe tão popular à época. De 13 pessoas, sete responderam que optaram por não adquiri-lo por conta do valor. Ou seja, mais da metade.

E os gastos não param por aí. Para a criançada, nesta época, não pode faltar o famoso ovo de Páscoa. O problema é que, assim como o bacalhau, os valores estão “no céu”. Inclusive, segundo enquete realizada pelo Portal RC24h, muita gente optou por não comprar, devido aos preços elevados, ou investir em outras alternativas, como bombons, ou em doces artesanais.

Ainda segundo a enquete, aqueles que compraram os ovos de chocolate, investiram nos de marca, mas efetuaram as compras pela internet, na expectativa do menor preço. Lúcia Maria, mãe de uma menina de cinco anos, conta que investiu em um ovo de Páscoa de unicórnio para a pequena, contudo, só conseguiu fazer isso porque fez a compra on-line, senão teria sido “inviável”.

“Mesmo que tenha ficado apertado, quis investir em um ovo temático para a minha pequena, já que é filha única e está passando por alguns problemas familiares. Ela merece, então não meço esforços. Me apertei um pouco e comprei, porque mãe sempre faz isso, né? Só que apenas foi possível pela internet. Encontrei o que ela queria por R$ 80 na loja on-line. Na física, estava mais de R$ 100. Já que tive como, investi ali”, conta Lúcia.

Mas vale pontuar que Lúcia é exceção. De 141 pessoas, 115 optaram por não comprar devido ao aumento nos preços. Do total, sete afirmam que realizaram a compra on-line, enquanto 19, presencialmente.

E não é para menos consumidores optarem pela não compra dos ovos de Páscoa. Uma pesquisa realizada pelo Procon-RJ entre os dias 7 e 21 deste mês, incluindo comércios da Região dos Lagos, apontam uma grande disparidade nos valores dos doces e caixas de bombom em diferentes estabelecimentos comerciais. A maior variação encontrada chegou a surpreendentes 127% – no e-commerce – em produtos de mesma gramatura e marca. Com isso, a autarquia ressalta a importância de os consumidores estarem atentos na hora das compras para garantir o melhor custo-benefício.

Em Cabo Frio, um levantamento realizado exclusivamente pelo Portal RC24h aponta que estabelecimentos oferecem ovos dos mais variados tamanhos, marcas e, principalmente, valores. Na Cacau Show do Centro, por exemplo, o mais barato da linha kids está na média de R$ 60,99, enquanto o mais caro encontra-se R$ 164,99. Ambos com surpresas específicas. Na Kopenhagen, localizada na Avenida Henrique Terra, o mais barato custa R$ 112,13, enquanto o mais caro chega a R$ 205,01.

Ovos de Páscoa e bombons à venda nas Lojas Americanas do Shopping de Cabo Frio. Imagem: Sibelly Barreto

No Extra, na Avenida América Central, os valores variam entre R$ 10,99 e R$ 99,99, sendo ovos de diferentes marcas. As médias dos preços em supermercados como Supermarket, Barateio, Princesa, Tropical e Hortfruit é a mesma. Nas Lojas Americanas do Shopping, o mais barato, ainda de acordo com pesquisa realizada pelo RC24h, custa em torno de R$ 17, enquanto o mais caro ultrapassa um pouco os R$ 70.

Àqueles que preferem gastar menos e, ainda assim, presentear as pessoas queridas, as caixas de bombom apresentam uma média de preço de R$ 9,98 a R$ 15. No Supermarket, por exemplo, consumidores encontram chocolates da marca Nestle por aproximadamente R$ 12.

No Gomes Supermercado, localizado no Jardim Flamboyant, por mais que não tenha uma grande oferta de ovos de chocolate, promoções de caixas de bombons atraem consumidores. De todos os estabelecimentos pesquisados, este foi o que apresentou o valor mais em conta, de R$ 9,98.

Nas Lojas Americanas, o preço médio é de R$ 11. Outra opção bastante atraente aos compradores são as barras de chocolate, que costumam vir com promoções de, por exemplo, “três por R$ 10”. Em outros estabelecimentos, como o Princesa, por exemplo, as caixas de bombons chegam a R$ 14,79.

Em relação à movimentação, é possível notar, por meio de imagens, que, diferente dos anos anteriores, os famosos corredores de ovos de Páscoa não estão tão cheios como de costume.

Já em relação aos produtos artesanais, os valores variam conforme os ingredientes escolhidos pelos consumidores. Segundo o levantamento realizado pelo RC24h, as procuras foram baixas. De 136 pessoas questionadas, 107 preferiram não comprar, devido ao preço. Do total, 16 optaram pelos ovos de marca, enquanto 13 preferiram os artesanais.

E de acordo com Amanda Santiago, responsável pelo GourMelt, localizado no Jardim Esperança, a pesquisa bate com a realidade. Comparadas ao ano passado, as vendas caíram. “Sentimos que no último ano os clientes nos procuraram com mais antecedência para fazer as encomendas, e nesse ano essa procura foi menor”, conta.

Devido à queda nas procuras, o GourMelt está organizando uma pronta entrega, com o objetivo de elevar as vendas. A medida não foi tomada no ano passado. Ela também contou que a média de valores dos ovos precisou passar por reajuste. Amanda explica que alguns insumos, como leite condensado, estavam mais baratos, enquanto a embalagem, mais cara. Os valores variam em R$ 55 e R$ 73. No e-commerce, a média é a mesma.

De qualquer forma, seja a compra on-line ou presencial, consumidores têm até sábado (30) para buscar pelo menor preço. O que importa é não deixar a data passar em branco.

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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