09/07/2025 — 23:07
  (Horário de Brasília)

Céu de julho será palco da “Lua do Veado”: saiba quando e como observar

Fenômeno poderá ser visto a olho nu em todo o Brasil nesta quinta-feira (10); tradição norte-americana inspira o nome da Lua cheia do mês

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A Lua cheia que iluminará o céu nesta quinta-feira (10), das 18h às 6h, é tradicionalmente chamada de “Lua do Veado”. O nome vem de uma antiga tradição norte-americana, que associa cada Lua cheia a eventos naturais que marcam o mês em que ela ocorre. No caso de julho, é o período em que os veados e cervos começam a desenvolver seus chifres, sinalizando sua entrada na fase adulta.

Apesar do apelido simbólico, o fenômeno é uma Lua cheia como qualquer outra, do ponto de vista astronômico. “Para nós, ela é simplesmente a Lua cheia de julho”, explica Paulo Eduardo Brito, professor de física e astronomia da Universidade de Brasília (UnB). “Esses nomes são culturais, ligados à vivência de determinadas comunidades, e não se aplicam ao Hemisfério Sul da mesma forma”.

A prática de nomear as Luas cheias é comum entre comunidades indígenas e agrícolas nos Estados Unidos. Cada nome tem relação com os ciclos da natureza. Em maio, por exemplo, ocorre a “Lua das Flores”, associada ao florescimento de plantas como rosas e cerejeiras. Em junho, a “Lua do Morango” marca a época da colheita do fruto naquele país.

Além da “Lua do Veado”, outras designações também são usadas em diferentes regiões. Nos Estados Unidos, ela pode ser chamada de “Lua do Trovão”, devido às tempestades de verão que costumam ocorrer em julho. Já na Europa, é conhecida como “Lua do Feno”, coincidindo com o período de corte dessa planta.

Um espetáculo acessível

O fenômeno será facilmente visível a olho nu em todo o Brasil, desde que o céu esteja limpo. A Lua nascerá no horizonte leste por volta do pôr do sol e permanecerá visível durante toda a noite, até o amanhecer de sexta-feira (11).

A aparência da Lua pode surpreender: ela costuma parecer maior e mais baixa no céu. Essa impressão é causada por um efeito de perspectiva, combinado com a posição do satélite em relação ao horizonte. “Estamos no inverno, e nesse período o Sol se posiciona mais ao norte. Isso faz com que a trajetória da Lua no céu pareça mais rasa”, explica Adriano Leonês, presidente do Clube de Astronomia de Brasília.

Além disso, o tom alaranjado que muitas vezes acompanha a Lua cheia ao nascer não é uma mudança real de cor. Trata-se da forma como a luz solar refletida na Lua atravessa a atmosfera da Terra. Quanto mais próximo do horizonte, maior a quantidade de partículas que a luz precisa atravessar, realçando os tons quentes.

Fenômeno raro se aproxima em 2025

Embora a Lua cheia desta quinta não traga eventos extraordinários, os astrônomos já observam com expectativa a chegada da chamada “Grande Parada Lunar”, prevista para 2025. O fenômeno ocorre a cada 18 anos e está ligado à inclinação da órbita lunar em relação ao equador celeste da Terra.

Quando essa inclinação atinge o ponto máximo, a Lua pode parecer extremamente alta ou baixa no céu, dependendo da época do ano e da localização do observador. É um efeito sutil, mas que promete render belas imagens e observações únicas.

Um convite à contemplação

Mesmo sem eclipses ou Superluas, a Lua cheia de julho é uma oportunidade para olhar o céu com atenção. “Esses momentos nos conectam com a natureza e com o tempo”, comenta Leonês. “Ver a Lua cheia surgindo no horizonte, com toda sua luminosidade, é uma experiência que continua encantando gerações.”

Não é necessário equipamento especial para a observação. Um local com boa visibilidade do horizonte leste e longe de luzes artificiais já é o suficiente. Vale também registrar o momento com fotos — ou apenas aproveitar a vista.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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