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Após morte de travesti, Cabo Frio recebe ato “contra o transfeminicídio e pela vida de todas as mulheres”

Ato contece nesta sexta-feira (4), na Praça Porto Rocha. Crime brutal aconteceu no último domingo (30), na manhã seguinte ao Dia Nacional da Visibilidade Trans e Travesti

Movimentos feministas de Cabo frio estão organizando um ato pelo assassinato da travesti que foi morta a tijoladas no último domingo, no bairro Monte Alegre 3, em Cabo Frio. O crime brutal aconteceu na manhã seguinte ao Dia Nacional da Visibilidade Trans e Travesti e chocou toda a comunidade. A vítima ainda não foi identificada.

O ato será realizado em forma de plenária aberta  com o tema “contra o transfeminicídio e pela vida de todas as mulheres”. Ele acontece nesta sexta-feira (4), a partir das 18h, na Praça Porto Rocha. A organização é do Movimento de Mulheres Olga Benario e o Movimento de Mulheres da Região dos Lagos, “todas e todos que se indignam com a transfobia e com esse sistema que assassina as nossas mulheres todos os dias”, são convidados a participar.  

Dados comprovam que o Brasil é o país que mais mata mulheres travestis em todo o mundo, sendo a maioria dessas vítimas pretas e com expectativa de vida de até 28 anos.

Ágatha Íris, travesti e militante da causa, utilizou as redes sociais para emitir uma nota de luta e pesar:

“Não irei usar nessa publicação a foto de uma travesti deixada pra morrer, aos prantos e sangue, que foi espancada a tijoladas na cidade de Cabo Frio (lugar em que moro e ocupo).

Não usaria porque primeiro, isso pode gerar inúmeros gatilhos para nós pessoas T, e segundo porque a cisgeneriedade deveria e tem a obrigação de se mover somente pelo acontecimento!

Além de que, acredito que não seja sobre Cabo Frio “não registrar tamanha brutalidade contra uma pessoa trans”, até porque:

1. O que seria considerado brutalidade? O suicídio não seria uma delas? A forma como somos expulsas dos espaços institucionais?

2. Estamos falando de uma corpa travesti do interior, e pelo que estou entendendo até agora de periferia (ainda não vi o detalhe sobre o atravessamento racial da mesma).

3. Logo, com esses dois fatores poderemos chegar a um denominador em que nossa presença é invisibilidade, assim como também a opressão de uma corpa travesti do interior, quem quer saber das nossas narrativas?

Ou seja, existe aqui um atravessamento velado, se sofri transfobia como vou na delegacia da mulher denunciar? Se até mesmo nesse espaço sou questionada e humilhada?

Não há segurança para a nossa denúncia, como também há possibilidade de tal afirmação!”

A brutalidade do crime na manhã seguinte ao dia de luta da Visibilidade Trans e Travesti chamou atenção e foi destaque na Mídia Ninja, uma das páginas de redes sociais mais influentes do Brasil.

A vítima ainda não foi identificada pela falta de um familiar para reconhecer o corpo no IML. De acordo com Rodolpho Campbell, presidente do Grupo Iguais, três famílias já foram ao local, mas nenhuma reconheceu. A novidade que pode ajudar na busca, é uma tatuagem escrito “Norma”. Na quinta-feira (3), membros do Grupo Iguais, da Superintendência LGBTI+ e do Centro de Cidadania LGBTI+ do Governo do Estado estarão no IML vendo o corpo.

O Centro de Cidadania LGBTI da Baixada Litorânea I e II emitiu uma nota a respeito do caso:

O Centro de Cidadania LGBTI da Baixada Litorânea I e II, na pessoa do seu Coordenadore Theo Silveira, vem elucidar sobre o suposto crime de LGBTIfobia na comunidade Monte Alegre III, Cabo Frio, no dia 30/01/2022.

O equipamento está trabalhando incansavelmente desde que tomou ciência do crime, sendo representado pela advogada Rute Fiuza no IML da cidade de Cabo Frio, buscando  informações e entendermos os motivos do crime, bem como, acolhimento institucional, suporte psicológico e social. Até o presente momento, não apareceu nenhum familiar e amigue para o reconhecimento do corpo e identificação.

Lembrando que o reconhecimento do corpo por pessoas que não são parte da família, só poderá ser feito após as 72 horas da chegada ao IML, com duas testemunhas documentadas e com comprovante de residência. Sendo assim, a equipe só poderá ir pessoalmente na quinta-feira, 03/02/2021, às 10 horas, acompanhadas de pessoas do Movimento Social, para confirmação sobre a identidade de gênero e/ou orientação sexual da vítima.

A advogada, esteve também pessoalmente a Delegacia de Polícia 126° saber sobre o andamento das investigações.

Lembrando que a divulgação de notícias falsas por parte dos meio de comunicação e propagação de divulgações falsas  e sem precedentes é crime e por isso o Equipamento até o presente momento não havia se  manifestado sobre o fato.

Seguimos buscando informações e trabalhando todos os dias no caso, não ultrapassando os limites da investigação, pois a investigação é sigilosa.

Assim que tivermos todas as informações com embasamento e certeza, estaremos divulgando o ocorrido”.

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