InícioBrasilEstadoAlerj recebe reivindicações para garantia dos direitos da pessoas surda

Alerj recebe reivindicações para garantia dos direitos da pessoas surda

Inclusão da Libras como disciplinas nas escolas foi um dos pleitos apresentados à Comissão da Pessoa com Deficiência

A inclusão da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como disciplinas nas escolas públicas do estado está entre as reivindicações do documento apresentado à Comissão da Pessoa com Deficiência por representantes da comunidade surda, durante audiência pública realizada, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta sexta-feira (24). O encontro virtual e com apoio de intérprete marcou a celebração do Setembro Azul, mês de conscientização e inclusão para esta parcela da população.

O estado do Rio de Janeiro possui cerca de 800 mil pessoas com alguma deficiência auditiva, segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. A comissão, presidida pelo deputado Marcelo Cabeleireiro (DC) e integrada também pela deputada Renata Felix (PSD), que conduziu a audiência, cobrou efetividade das prefeituras e estado no cumprimento das leis de acessibilidade já em vigor.

“O que falta nos municípios e estado é ação concreta. Nós, deputados, fazemos audiências, aprovamos leis. Mas falta efetividade do poder público”, cobrou a deputada.

O documento com as reivindicações foi entregue à Comissão pela atleta surdolímpica da Seleção Brasileira de Judô, Marcele Felix. A proposta é que a disciplina esteja inicialmente incluída na grade curricular do Ensino Médio. Dividido em oito blocos, o texto contém pautas direcionadas aos poderes Legislativo e Executivo.

Outra proposta é a criação de um programa bilíngue nas escolas, com a implementação do cargo de professor de Libras direcionado para surdos, com sobra de vagas para ouvintes, tradutores e intérpretes de Libras. Além da educação, a pauta de reivindicações também cobra acessibilidade nos setores de segurança pública, saúde, transporte, assistência social, cultura e esporte.

A mãe da Marcele, a professora e tradutora de Libras, Jaqueline Felix, apresentou a experiência desenvolvida na Câmara de Vereadores da cidade e levada para outras casas legislativas. Jaqueline foi quem propôs à Câmara de Petrópolis o projeto que institui o Setembro Azul, mês de luta pelos direitos da pessoa surda. Agora a professora busca a inclusão da Libras no núcleo familiar dos surdos.

“No caso da minha filha, descobri a surdez com oito meses e fui aprender a língua de sinais. Então, ela aprendeu o português e Libras simultaneamente. Mas essa é uma realidade atípica”, explicou Jaqueline.

Para o defensor público, Pedro Gonzales, a pauta mais urgente apresentada entre as reivindicações é a criação da Central de Libras Estadual. O serviço, que já existe na cidade do Rio de Janeiro, oferece atendimento a surdos em diferentes serviços públicos.

“A gente sabe que a Central de Libras da cidade do Rio foi minguando bastante ao longo do tempo, mas ainda é uma referência. A central dá atendimento ao surdo, por exemplo, para registrar uma ocorrência na delegacia”, acrescentou o defensor.

A Defensoria Pública possui um núcleo de atendimento à pessoa com deficiência com atendimento no WhatsApp (21) 99880-0924. A Audiência Pública foi transmitida ao vivo pela TV Alerj e também contou a participação de membros da sociedade civil surdos e com alguma deficiência auditiva.

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