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10/12/2024 — 06:25
  (Horário de Brasília)

Última enfermeira da Força Expedicionária Brasileira morre em Araruama aos 105 anos

Capitão Virgínia integrou tropa que combateu o fascismo na Segunda Guerra Mundial

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A última das 67 enfermeiras da Força Expedicionária Brasileira (FEB), a Capitão Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, foi a óbito na última quarta-feira (29), aos 105 anos, na casa em que vivia em Araruama. A veterana morreu de causas naturais.

Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero nasceu no Rio de Janeiro em 23 de outubro de 1917. Em 1942, fez o curso de Samaritana na Cruz Vermelha Brasileira e, em 1943, apresentou-se como voluntária para o Exército Brasileiro, integrando como enfermeira a primeira turma de mulheres militares no Brasil.

Em 7 de julho de 1944, Virgínia partiu para a Itália para atuar na Segunda Guerra Mundial como integrante do Destacamento Precursor de Saúde da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Lá, prestou os primeiros socorros aos brasileiros que chegavam. O diário de guerra dela, “Visionário Pacto”, fruto de cartas trocadas com o pai, está atualmente depositado no acervo da Casa de Oswaldo Cruz, na FIOCRUZ. Neste local, a Capitão empresta seu nome a um fundo que reúne muitos outros documentos do conflito.

Em depoimentos, a Capitão Virgínia destacou a experiência de ter participado do maior conflito armado da história. “Não tenho nenhum arrependimento por ter ido. Tenho é orgulho de ter acompanhado uma tropa de tamanho valor”, afirmou.

No pós-guerra, a Capitão Virgínia teve grande desempenho na Associação Nacional de Veteranos da FEB (ANVFEB), sendo membro nato do Conselho Deliberativo e administradora do Mausoléu e do Ossuário dos Veteranos da FEB, nos cemitérios do Caju e São João Batista. Reformada no posto de Capitão, foi condecorada com as Medalhas de Guerra, de Campanha, da Cruz Vermelha Brasileira, Marechal Mascarenhas de Moraes, do Pacificador e Serviço de Saúde da FEB. A Capitão recebeu, ainda, o título de Aluna Emérita do Colégio Pedro II.

Com a morte da Capitão Virgínia, o Brasil perde uma das heroínas da Segunda Guerra Mundial e uma figura importante da história das mulheres militares no país. A memória da Capitão será preservada através dos documentos que deixou e das homenagens que recebeu em vida.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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