19/01/2025 — 14:16
  (Horário de Brasília)

Turista afirma que foi agredido em quiosque de Cabo Frio por não querer pagar taxa de 10%

Caso aconteceu na última sexta-feira (3), no Peró, quando garçom agrediu cliente, o acusando de se recusar a pagar a conta. Vítima se defende

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A confusão que aconteceu em um quiosque na Praia do Peró, em Cabo Frio, na última sexta-feira (3), ganhou novos desdobramentos. Inicialmente, informações apontavam que o cliente agredido teria tentado sair sem pagar a conta, motivando a briga. No entanto, o turista de 33 anos, que preferiu não se identificar, relatou ao RC24h que as agressões teriam ocorrido porque ele recusou pagar a taxa de serviço.

De acordo com o relato, o homem estava acompanhado da esposa, da avó, do sobrinho e do filho de 9 anos no momento do incidente. Ele afirmou que em momento algum se recusou a quitar o valor consumido, mas questionou os 10% cobrados como taxa de serviço, atitude que, segundo ele, gerou a confusão.

“Em nenhum momento eu quis sair sem pagar, até porque estava na frente do quiosque. Eu já tinha pedido para efetuar o pagamento a uma moça, informando o que eu consumi e pedindo para retirar os 10%. Nisso, fui entregar para minha esposa a cadeira e o guarda-sol que estavam comigo, para ela poder lavar no chuveirão. Foi então que o garçom veio com grosseria, gritando que eu era caloteiro, safado e que não queria pagar a conta, e começou a me agredir, como mostra no vídeo”, relatou a vítima.

A vítima também criticou a postura do proprietário do quiosque, afirmando que, em nenhum momento, ele tentou resolver a situação de forma amigável. “Pelo contrário, ele ficou a favor do garçom. Inclusive, ele aparece no vídeo e não tentou, em nenhum momento, retirar o funcionário e resolver a questão da melhor forma possível”, declarou, indignado.

A situação ganhou grande repercussão nas redes sociais, sendo comentada, inclusive, pelo prefeito Serginho (PL). A atitude do garçom gerou uma suspensão temporária do quiosque, que ficou sem funcionar durante o fim de semana. O município esclareceu que, em caso de reincidência, o estabelecimento poderia perder definitivamente a licença de operação.

No entanto, o novo desdobramento gera expectativas de medidas mais extremas por parte da prefeitura, antes de qualquer outra intercorrência grave, uma vez que, de acordo com o turista, a confusão gerou sérios prejuízos. Conforme avaliação médica, ele pode até mesmo precisar de uma cirurgia.

“Meu dedo está machucado, estou sem trabalhar. Sou tratador de piscina, talvez tenha que fazer até mesmo uma cirurgia. O médico está avaliando uma lesão no ligamento”, disse o turista, complementando: “[A impressão que fica] é a pior possível, pois fui para me divertir e fui agredido na frente do meu filho de apenas 9 anos de idade, da minha esposa, do meu sobrinho e da minha avó. Infelizmente os quiosques querem cobrar preços absurdos, tomam conta da areia com suas cadeiras e barracas”, finalizou, destacando que fez um boletim de ocorrência.

O Portal questionou à prefeitura sobre uma possível suspensão definitiva do quiosque. Em resposta, a prefeitura enviou a seguinte nota: “A Prefeitura de Cabo Frio informa que a atividade comercial do quiosque no Peró foi suspensa pela Secretaria de Ordem Pública por três dias, em razão da cobrança irregular ocorrida na última sexta-feira (3). O funcionamento do local está liberado para voltar à normalidade nesta terça-feira (7)”.

O quiosque divulgou, nesta quinta-feira (16), uma nota de esclarecimento oficial à imprensa, reforçando sua versão sobre os fatos, de que o cliente teria tentado sair sem pagar a conta e pontuando também que, na verdade, ele que teria começado a briga. Confira na íntegra:

“O Quiosque Peixe Dourado, por meio de sua equipe jurídica composta pelas advogadas Gabriella Sérvulo de Araújo (OAB/RJ 228.970), Alexandra Paes Mafra (OAB/RJ 242.208) e Jaqueline Martins Machado (OAB/RJ 241.046), vem, através desta nota, prestar os devidos esclarecimentos relativos às recentes reportagens emitidas pelos portais de notícia da região, onde foi noticiada uma briga na Praia do Peró entre um funcionário do quiosque e um cliente.

Os fatos que motivaram a briga se iniciaram a partir da retirada do cliente do estabelecimento sem o pagamento da conta. O garçom, ao perceber a situação, dirigiu-se até o cliente, que já estava indo em direção ao seu carro, para relembrá-lo do pagamento. A abordagem foi feita de forma totalmente proporcional e sem nenhum teor vexatório. No entanto, o cliente adotou uma postura agressiva, elevando o tom de voz e afirmando que “não sairia sem pagar, que apenas estava levando o guarda-sol ao carro no estacionamento e que voltaria para pagar”. Nesse momento de euforia, o cliente iniciou a briga, desferindo um tapa no rosto do garçom, que acabou revidando. A polícia militar foi acionada e presenciou a recusa insistente do cliente em pagar a conta.

Vale ressaltar que, em momento algum, o estabelecimento quis impor ao cliente a cobrança de gorjeta de 10%, a qual sabe ser facultativa. Não havia motivos para a recusa do pagamento e, somente depois de um tempo, o cliente passou a justificar o não pagamento pela cobrança de 10%. Mesmo após a retirada desse valor, o cliente continuou se negando a pagar, ao ponto de sua sogra ter que efetuar o pagamento.

O Quiosque Peixe Dourado já atua na Praia do Peró há mais de 10 anos, mantendo sempre um excelente relacionamento com seus clientes, sem qualquer registro de incidências semelhantes. Os proprietários são pessoas receptivas e honestas, sempre zelando por um ótimo atendimento para preservar o bom nome e a imagem do estabelecimento.

Por fim, cabe destacar que repudiamos qualquer tipo de notícia difamatória e caluniosa que busque denegrir a imagem do estabelecimento. Todos os fatos serão oportunamente esclarecidos e comprovados pelo Poder Judiciário”.

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).

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