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Técnico de enfermagem acusado de estupro atua em Cabo Frio mesmo após exame do corpo delito positivo

Caso aconteceu há quase um ano e, mesmo assim, ele segue trabalhando como contratado pela prefeitura

Nesta quarta-feira (8) é festejado o Dia Internacional da Mulher. Uma data onde comemoram-se vitórias e conquistas. Mas não em Cabo Frio. A pauta da vez é um caso de impunidade, muito repercutido em abril de 2022. Trata-se de uma jovem de apenas 19 anos que acusa um técnico de enfermagem de tê-la estuprado dentro do Hospital Municipal Otime Cardoso dos Santos. O exame do corpo de delito deu positivo, ou seja, houve conjunção carnal. Contudo, ele continua atuando como contratado do município.

O caso foi registrado no dia 24 de abril do ano passado e, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em setembro, ele foi realocado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde, pelo menos até janeiro, estava trabalhando vinculado ao CNPJ da prefeitura. A mudança aconteceu um mês após matéria publicada pelo RC24h, justamente questionando o fato dele ainda atuar normalmente na unidade onde o crime aconteceu.

Em julho do ano passado, o Portal RC24h entrou em contato com a delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), Waleska Garcez, que afirmou que o exame de corpo delito deu positivo, mas a autoria do crime ainda não havia sido confirmada. Além disso, não foram constatados vestígios de violência real no laudo.

À época, a delegada disse, ainda, que foi realizado um laudo do local em que a vítima alega ter sido estuprada, mas não foi constatado nenhum vestígio de material genético do suspeito.

Contudo, vale pontuar que a vítima contou que estava em coma alcoólico. Nas palavras dela: “sem forças para reagir”. Pesquisas apontam que, neste tipo de caso, é possível que o estupro tenha ocorrido, mesmo sem indícios de violência real, já que não teria sido oferecida resistência física durante a conjunção carnal.

Com exclusividade ao Portal RC24h, a vítima afirmou que, enquanto era medicada na veia, estava bastante sonolenta, mas conseguia discernir o que acontecia ao seu redor. Ela relatou que o técnico, em determinado momento, puxou seu short para o lado e a estuprou. “Eu não tive forças ou reação, estava fraca”, pontuou.

Diante disso, a reportagem aguardou mais um tempo e, em outubro, recebeu informações de que o laudo teria dado positivo. Contudo, novamente em contato com a DEAM nesta semana, foi comunicada que o resultado do DNA ainda não teria saído, mesmo quase um ano após o caso.

Com a demora de 11 meses, o Portal questionou se esse tipo de situação é comum, principalmente em casos de violência sexual. Foi informado pelo inspetor Maturana, que, no caso, o Instituto Médico Legal (IML) de Cabo Frio enviou o material para o Rio de Janeiro, onde fica a sede do IPPGR. A partir daí, não se sabe em qual órgão ele se encontra.

Também foi perguntado se a alguma providência foi tomada, uma vez que a vítima apresentou forte abalo emocional após o acontecido. Em resposta, o inspetor contou que diversas diligências foram realizadas. Dentre as medidas adotadas, foram ouvidas todas as partes envolvidas e testemunhas, além da realização de laudos periciais, análise de imagens do local e oitivas do SAF.

A vítima foi encaminhada para os órgãos de proteção e ao Hospital da Mulher para receber tratamento de profilaxia, que consiste no o uso de medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o HIV em situações como: violência sexual; sexo desprotegido, entre outras.

O Portal RC24h entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e questionou o motivo do não afastamento do profissional. Em resposta, foi enviada a seguinte nota:

“A Prefeitura de Cabo Frio informa que o caso denunciado ocorreu na gestão passada. Na oportunidade, a gestão da Secretaria de Saúde promoveu todo apoio a vítima e removeu o profissional da unidade que prestava serviço.

O inquérito policial apontou laudo positivo em relação à vítima, no entanto, não foi comprovada a vinculação do suspeito ao fato. Sendo fato anterior ao período da atual gestão, cabe-nos aguardar a conclusão do inquérito policial para agir. A pena de exoneração deveria ter sido aplicada no instante do fato denunciado; procedimento adotado no período atual, caso ocorra fato semelhante. O entendimento é que retroagir para punir seria condenar à revelia do andamento das investigações”.

A reportagem também buscou contato com o acusado, entretanto, mais uma vez, não conseguiu encontrar nenhum meio disponível.

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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