20/05/2025 — 12:45
  (Horário de Brasília)

PF apura compra de votos por vereadores eleitos em Cabo Frio e São Pedro da Aldeia

Operação deflagrada nesta terça-feira cumpre mandados de busca e apreensão e investiga troca de favores e dinheiro por votos nas eleições municipais de 2024

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), uma operação para apurar e reprimir casos de corrupção eleitoral envolvendo vereadores eleitos nos municípios de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A ação ocorre no âmbito das eleições municipais de 2024 e cumpre sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Eleitoral, nas residências dos investigados e nas Câmaras de Vereadores dos dois municípios.

Em Cabo Frio, a investigação teve início no dia do primeiro turno do pleito, quando cabos eleitorais de um dos candidatos a vereador foram conduzidos à sede da PF após suspeitas de compra de votos. Com o grupo, foram encontrados santinhos e uma quantia em dinheiro dividida em cédulas de R$ 100. A partir das diligências, a Polícia Federal obteve conversas que indicam práticas ilícitas, como o agendamento de consultas médicas em um hospital municipal como moeda de troca por votos. Segundo os investigadores, um enfermeiro da unidade participava do esquema, efetuando os agendamentos em benefício de um candidato que acabou sendo eleito.

Já em São Pedro da Aldeia, também durante o primeiro turno, um eleitor foi flagrado filmando a urna eletrônica no momento da votação. Ele foi conduzido à Polícia Federal e relatou ter feito a gravação a mando de um cabo eleitoral, com o objetivo de comprovar o voto e receber uma quantia de R$ 100. Conversas obtidas pela PF confirmam a negociação, incluindo a promessa de pagamento no comitê de campanha do candidato, localizado no bairro Mossoró. O político também foi eleito.

Um dos alvos da operação em São Pedro da Aldeia foi o vereador Jackson Souza. De acordo com informações, o parlamentar cooperou integralmente com os agentes federais, entregando espontaneamente seus celulares e senhas de acesso. A postura foi interpretada como um gesto de transparência e disposição para colaborar com as investigações.

A apuração, no caso de Jackson Souza, está relacionada a um episódio anterior já esclarecido por sua equipe. O caso envolve o pedido feito a um eleitor para fotografar a urna eletrônica. Segundo o vereador, o responsável pela suposta irregularidade não fazia parte de sua equipe, e sim da campanha de outro candidato. A assessoria de Jackson reforçou que ele não tem qualquer envolvimento com o fato investigado.

Os investigados poderão responder pelo crime de corrupção eleitoral, além de outros delitos que venham a ser identificados durante a continuidade das investigações.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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