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‘Faraó dos bitcoins’: Seap apura regalias e quer transferência de Glaidson para penitenciária federal

Documentos obtidos pela TV Globo mostram que suspeito de comandar esquema ilegal com criptomoedas recebeu funcionários públicos na cadeia

Documentos obtidos pelo RJ2 com exclusividade mostram que Glaidson dos Santos, preso por suspeita de um esquema ilegal e bilionário de pirâmide financeira, vinha recebendo favores na cadeia: visitas proibidas, inclusive de agentes públicos, celulares e refeições especiais.

A Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) investiga as regalias e quer a transferência dele para uma penitenciária federal.

Desde 25 de agosto, o presídio Joaquim Ferreira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, vem tendo movimentações atípicas e uma peregrinação de visitas a Glaidson, o “faraó dos bitcoins”, preso por crimes contra o sistema financeiro e organização criminosa.

Segundo a Polícia Federal, Glaidson é dono da G.A.S., uma empresa de pirâmide financeira disfarçada em consultoria de bitcoins. Na semana passada, outras 21 pessoas ligadas ao negócio foram indiciadas por diversos crimes.

Visita de clientes e funcionários públicos

No dia 30 de agosto, por exemplo, uma dessas visitas virou alvo de investigação da Seap. Glaidson, mesmo estando no período de quarentena, recebeu, segundo a corregedoria da pasta, quatro pessoas no presídio: dois funcionários públicos e duas pessoas que têm negócios com G.A.S..

Um dos funcionários públicos se identificou apenas como Luciano e deu número de matrícula já desativado.

A equipe de reportagem apurou que o servidor é Luciano de Lima Fagundes Pinheiro, servidor do estado condenado a dois anos e meio de prisão por ligação com o tráfico de drogas e porte ilegal de arma.

RJ1 desta quinta-feira (30) mostrou que Luciano esteve lotado no gabinete do subsecretário geral da Seap, Gilberto Mainoth, de janeiro a maio deste ano. Luciano está cedido à Secretaria Estadual de Saúde recebendo salário de R$ 5 mil pago pelos contribuintes.

Luciano chegou a ser preso em 2014, na Maré, apontado como informante do traficante Marcelo das Dores, o Menor P. Ele seria o elo entre Menor P e o ex-chefe do tráfico na Rocinha, Antonio Bonfim Lopes, o Nem, mas recorreu em liberdade.

Depois da sentença, na quarta-feira, Luciano se apresentou à delegacia e está em prisão domiciliar aguardando a decisão da Vara de Execuções Penais sobre o cumprimento da pena.

O RJ2 conversou com Luciano por telefone e ele negou que tenha visitado Glaidson. Afirmou que foi se encontrar com o então diretor do presídio, Marcelo Martins Gonzales, conhecido como Martins, ao contrário do que investiga a Corregedoria, que abriu procedimento para apurar o encontro.

“Nem conheço, não tenho relação nenhuma”, disse Luciano à TV Globo sobre Glaidson.

Segundo fontes da TV Globo, outros três visitantes teriam visitado Glaidson no presídio no mesmo dia– todos entre 15h40 e 15h48. Entre eles, Antônio Russo e Thiago de Paula Reis, que têm negócios com o esquema ilegal da pirâmide financeira.

Um terceiro homem ingressou com uma matrícula que pertence ao servidor Luís Guilherme Santos de Carvalho, funcionário com cargo comissionado na casa civil do governo do estado.

A Secretaria de Estado da Casa Civil afirmou que a ida ao presídio do auxiliar de serviços administrativos Luís Guilherme Santos de Carvalho não foi oficial e que desconhece os motivos da visita.

A TV Globo tentou contato por telefone com os três, mas não conseguiu.

Indícios de corrupção

Fontes ligadas à Secretaria de Administração Penitenciária afirmam que, desde a chegada de Glaidson e do sócio dele, Tunay Pereira, há indícios de corrupção para que eles recebam regalias.

Esta semana, durante vistoria, agentes encontraram picanha, linguiça e celulares na cela de Glaidson. A Seap exonerou o diretor do presídio, Marcelo Gonzales, e transferiu Glaidson e Tunay para a penitenciária de segurança máxima Bangu 1.

Recentemente, a Seap deu parecer favorável à transferência dos dois para um presídio federal ao ser questionada formalmente pela Polícia Federal. Agora, a PF pode solicitar à Justiça a ida da dupla para fora do Rio de Janeiro.

*Com informações do g1.

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