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Com retrato de abandono, conservação da área externa do MART, em Cabo Frio, fica apenas na memória

Museu inaugurado em 1982 possui acervos de natureza museológica, arquivista e bibliográfica, mas na área externa, o que se vê é lixo, restos de comida e até pontos de fogueira feitos por pessoas em situação de rua

A conservação do local que abriga parte da história cabo-friense também está ficando na memória dos visitantes. O abandono da área externa do Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio (MART) pode ser notado por quem passa no local, que é considerado um dos pontos turístico-culturais mais importantes na história da cidade.

Inaugurado em 1982, o MART sediou, durante muito tempo, o Convento Nossa Senhora dos Anjos e abrigou frades portugueses e brasileiros, além de uma escola de noviciado. Com arquitetura franciscana, começou a ser edificado em 1686. O acervo é constituído por imagens em terracota e madeira policromada dos séculos 17 e 18. Também possui obras de referência do século 19.

Vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), uma autarquia federal criada pela Lei 11.906 de 20 de janeiro de 2009, ele tem preservação garantida em lei, não apenas em nível municipal pela Prefeitura de Cabo Frio, mas também em nível nacional, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Seu interior possui acervos de natureza museológica, arquivista e bibliográfica, mas na área externa, o que se vê é abandono: pintura decadente, estrutura sendo tomada por cupins e muito lixo proveniente da presença de pessoas em situação de rua no local.

De acordo com a diretora do MART, Karla Renata Nunes, diversos ofícios solicitando a manutenção externa já foram encaminhados para a prefeitura, mas são ignorados. Não há qualquer tipo de manutenção no local desde 2019.

Entre os problemas citados, o principal deles é relacionado a limpeza. Por um lado, na parte de trás, o crescimento de uma comunidade aumentou também, a produção de lixo, que é deixado no muro do museu. A direção afirma que já solicitou uma caçamba para esse despejo, mas não foi atendida.

Já na parte frontal, a presença de pessoas em situação de rua deixa rastros de sujeira como restos de comida, que entopem as canaletas de água, matérias fecais e até restos de fogueiras, que oferecem um risco maior ainda se tratando de uma construção tão antiga. Atualmente houve uma redução de pessoas em situação de rua na frente do museu, mas todos se locomoveram para o lado do prédio, onde fica a Ordem Terceira Franciscana. Com isso, os resíduos de lixos, aparição de ratos e o uso indevido como “banheiro ao ar livre” são constantes. A equipe de limpeza do MART higieniza a parte frontal do monumento para reduzir a sujeira e não atrapalhar as atividades de visitação ao museu, mas a situação pede um olhar mais cuidadoso do governo municipal.

Ainda segundo a administração, a pintura foi um compromisso firmado pela Prefeitura em 2020, quando o museu foi procurado pelo município para a realização de um projeto luminotécnico de Natal junto ao SESC Rio, onde monumentos da cidade ganhariam iluminações temáticas. A prefeitura foi informada de que precisaria antes, uma pintura na fachada, com a necessidade de lavar as paredes, e, mesmo assim, se colocou a realizar essa pintura, mas esta não foi realizada da forma necessária.

Confira a entrevista exclusiva da diretora do MART, Karla Renata Nunes:

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura de Cabo Frio informou, através de nota, que cabe ao município a realização da capina e limpeza na área externa do Museu de Arte Religiosa e Tradicional (Mart), no Largo de Santo Antônio e no Morro da Guia. Esses serviços são realizados pela Comsercaf. A roçada da grama é feita mensalmente e a limpeza ocorre diariamente, no período da manhã. Informa ainda que a responsabilidade pela manutenção e pintura do prédio, bem como pelo controle de pragas no imóvel, é do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

A Prefeitura destacou ainda que as ações de repressão ao tráfico de drogas e à criminalidade são realizadas em parceria com a Polícia Militar. Em relação às pessoas em situação de rua, equipes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) realizam abordagens rotineiras e oferecem o acolhimento social. No caso de alguma resistência por parte dos assistidos, o trabalho é intensificado para que aceitem o acolhimento e o encaminhamento aos equipamentos da Assistência Social.

“A Prefeitura de Cabo Frio segue acompanhando a situação e realizando as ações necessárias para a manutenção da ordem e a melhoria da limpeza no local”.

Aspirante a jornalista. Mineiro morador de Cabo Frio, apaixonado por telejornalismo e pelo interior do Rio. Entre idas e vindas, jovem aprendiz no Portal RC24h desde 2020

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