08/07/2025 — 21:08
  (Horário de Brasília)

Celulares recuperados durante Operação Rastreio em Búzios serão devolvidos a vítimas no próximo dia 15, informa delegada

Delegada Flávia Monteiro de Barros reforça importância da Operação Rastreio ação e alerta para riscos de adquirir aparelhos sem procedência confiável

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A delegada titular da 127ª Delegacia de Polícia de Búzios, Flávia Monteiro de Barros, comentou nesta segunda-feira (7), em entrevista à rádio RCFM, os desdobramentos da Operação Rastreio, ação coordenada pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro para coibir o furto, roubo e a receptação de celulares. Segundo a delegada, diversos aparelhos já foram recuperados na cidade e serão devolvidos aos legítimos proprietários no dia 15 deste mês.

A operação, iniciada em maio, já contabiliza mais de 800 celulares recuperados em todo o estado e mais de 50 pessoas presas por envolvimento com a rede criminosa que atua na revenda de aparelhos oriundos de crime. Em Búzios, a delegacia tem atuado ativamente na identificação dos aparelhos e de seus usuários.

Durante a entrevista, a delegada destacou um caso que exemplifica os riscos da compra de aparelhos sem procedência garantida: uma amiga sua adquiriu um celular de “um amigo de um amigo” e, pouco tempo depois, recebeu uma mensagem informando que o dispositivo era produto de roubo. “Mesmo sem saber da origem ilícita, ela foi surpreendida pela notificação. Isso mostra como qualquer pessoa pode ser envolvida em uma situação delicada por não verificar a procedência da compra”, comentou Flávia.

A delegada reforçou que a entrega voluntária dos celulares identificados como roubados ou furtados tem evitado a responsabilização criminal dos atuais usuários. As intimações estão sendo enviadas por números oficiais das delegacias, via WhatsApp, e o cidadão tem até 72 horas para comparecer à unidade e realizar a devolução do equipamento. Após perícia, os aparelhos são devolvidos aos donos originais, muitos dos quais ainda estão pagando por eles.

A ação visa não apenas recuperar os bens, mas também contribuir com o ressarcimento das vítimas. “É fundamental lembrar que, além de perderem o aparelho, essas pessoas muitas vezes continuam arcando com parcelas de um produto que não possuem mais”, pontuou.

O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, já havia destacado que a receptação alimenta a cadeia criminosa que envolve os crimes patrimoniais. Ele alertou para os riscos de comprar celulares muito abaixo do preço de mercado, sobretudo sem nota fiscal ou garantia. “É essencial que o consumidor adote uma postura consciente e evite comprar celulares de procedência duvidosa”, afirmou Curi.

A Polícia Civil ressalta que adquirir aparelhos sem comprovação de origem pode configurar crime de receptação, conforme o artigo 180 do Código Penal. Quem colabora com a entrega voluntária, no entanto, evita responder judicialmente.

A orientação é clara: sempre comprar celulares em lojas confiáveis, com emissão de nota fiscal, e desconfiar de ofertas muito vantajosas. A Operação Rastreio segue em andamento, com expectativa de novas apreensões e prisões nos próximos meses.

ALERTA PARA GOLPES

Ainda durante a entrevista, a responsável pela 127ª DP, chamou atenção para o aumento contínuo de registros de golpes virtuais na região. Segundo ela, os estelionatários têm utilizado abordagens cada vez mais elaboradas e variadas para enganar vítimas, muitas vezes se aproveitando de dados públicos.

“Vejo que nas delegacias, em geral, cada vez aumentam mais os registros de golpes diferentes. Informação é uma coisa muito importante — se informando, você fica mais atento”, afirmou a delegada, que inclusive relatou ter sido alvo de uma tentativa de golpe. Uma pessoa se passou por uma gerente de banco, citando inclusive o nome correto da funcionária, e enviou mensagens alegando suspeita de fraude. A delegada entrou em contato diretamente com o banco e descobriu que não havia qualquer irregularidade.

Ela reforça que é comum os criminosos utilizarem dados obtidos em publicações de diários oficiais para ganhar credibilidade. Por isso, orienta que qualquer contato não solicitado, principalmente envolvendo troca de números, suspeitas de fraude ou cobranças, deve ser encarado com desconfiança.

Outra dica importante é evitar salvar contatos com identificações como “mãe”, “pai” ou “filho”. “Se uma pessoa clonar o seu WhatsApp, e o contato estiver salvo como ‘mãe’, por exemplo, ela vai saber quem é, vai pegar a conversa e entrar em contato com mais facilidade”, explicou Flávia.

Entre os golpes mais comuns registrados recentemente estão:

  • Mensagens afirmando que compras foram retidas na alfândega;
  • Notificações falsas sobre suspensão de CNH;
  • Links maliciosos enviados por SMS ou aplicativos de mensagens;
  • Golpe do iFood, em que um suposto entregador vai até a casa da vítima com a justificativa de um problema no pagamento, e clona o cartão no momento da entrega.

A delegada orienta a população a nunca clicar em links suspeitos e, sempre que possível, confirmar diretamente com empresas ou instituições bancárias qualquer informação recebida por mensagem.

“Com atenção e prevenção, conseguimos evitar muitos prejuízos. O mais importante é sempre duvidar e checar antes de agir”, finalizou.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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