O caso do trader Wesley Pessano, que foi assassinado a tiros, aos 19 anos, em São Pedro da Aldeia, no início de agosto deste ano, tem um novo desdobramento. Na última semana, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul deu liminar favorável a duas ‘vítimas’ do investidor de criptomoedas.
Depois do assassinato de Wesley, a empresa Ares Consultorias e Investimentos, da qual ele era sócio majoritário, anunciou o encerramento das atividades e qualquer captação de novos investidores.
Através de nota, eles afirmaram que estavam com dificuldades de acessar as contas onde estavam a maioria dos recursos dos investidores porque a plataforma utilizada só permitia o acesso aos fundos do subscritor da conta, no caso o Pessano, através de identificação visual, com vários protocolos de segurança. “São milhares de reais aplicados nesta corretora de valores, aos quais tememos que não teremos mais acesso”, afirmou a Ares.
Com o trágico cenário, investidores ficaram sem retorno dos valores investidos e a empresa passou a alegar que não pode pagar por circunstâncias alheias. Por isso, clientes abriram um processo judicial, na qual tiveram a decisão favorável.
Não há informações sobre o valor investido pelas vítimas, mas a justiça mandou arrestar carro de Pessano, um Porsche Boxster, avaliado em torno de R$450 mil, e bloqueou os ativos da conta da empresa, que somam em torno de R$ 31,1 mil.
A reportagem do Portal Rc24h teve acesso ao documento. Nele, a decisão foi justificada com base na “volatilidade e inexistência de regulamentação” das operações baseadas em criptomoedas, que tornam o mercado respectivo “extremamente arriscado”.
“Para salvaguardar os interesses dos investidores reputo necessário o bloqueio de ativos financeiros em nome dos réus”, conclui a decisão.
De acordo com o advogado Fábio Rigueira, que representa as vítimas através do escritório Rigueira Advogados e Consultores Associados, a decisão cautelar de arresto é importantíssima pois visa salvaguardar o patrimônio financeiro dos investidores que ficaram no prejuízo e agora buscam seus direitos através da justiça.
“As empresas de investimento, via de regra, com o encerramento das suas atividades, buscam promover o esvaziamento do patrimônio não só da empresa, mas dos respectivos sócios, com isso as decisões cautelares de arresto asseguram os diretos dos investidores lesados”, afirmou.
Suspeito de executar investidor foi preso no RJ
No início deste mês, mais um homem foi preso suspeito de atirar contra Wesley Pessano. Os agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes prenderam Luiz Fillipe Vieira Cherfan Tavares, de 29 anos, em uma casa na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio – a cerca de 150 km de onde o crime aconteceu. Ele é suspeito de ser o executor do homicídio do investidor, no dia 4 de agosto.
Até o momento, sete pessoas já foram presas acusadas de envolvimento na morte de Wesley Pessano. De acordo com a Polícia Civil, os agentes buscam por mais um suspeito que já é considerado foragido.