Mais de sete décadas após ter sido retirado das areias da Praia do Forte, um canhão histórico que pertence ao acervo cultural de Cabo Frio foi trazido de volta à cidade. A repatriação do artefato, símbolo do passado militar e da formação urbana de Cabo Frio, foi realizada por meio de uma operação coordenada pela Secretaria da Cidade.
O trabalho teve articulação direta da Prefeitura e contou com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. A operação de resgate e transporte levou quase 12 horas. O canhão chegou à sede da Companhia de Serviços de Cabo Frio (Comsercaf) já no período da noite, onde ficará sob cuidados técnicos antes de passar por um processo de restauração. O objetivo é garantir a conservação adequada da peça, que será reintegrada ao acervo do município.
De acordo com documentos oficiais do IPHAN, o artefato foi retirado de Cabo Frio em 1953 por um grupo de alunos do Colégio Nova Friburgo, então mantido pela Fundação Getúlio Vargas. Durante uma excursão escolar, os estudantes, com apoio do professor Guedes e do motorista do caminhão da viagem, içaram o canhão e o transportaram para a cidade serrana. Por décadas, o objeto ficou exposto sobre um pedestal de granito no jardim do colégio, tornando-se um símbolo local.
Com o encerramento das atividades educacionais do CNF em 1977, o canhão foi transferido para o Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea. Posteriormente, com a reabertura do colégio, o artefato voltou a Nova Friburgo. No entanto, em 2025, após 72 anos de ausência, finalmente retornou ao seu lugar de origem.
Mais recentemente, uma vistoria técnica do IPHAN constatou o estado de degradação da peça e recomendou sua limpeza, restauro e devolução ao território original.
Na próxima quinta-feira (8), a Prefeitura realizará uma ação especial promovendo o retorno oficial do canhão à cidade. O evento celebrará não apenas a chegada de um artefato, mas o resgate de um símbolo histórico, um gesto de respeito à memória do povo cabo-friense e um reforço ao compromisso da gestão com a identidade e os valores da cidade.

Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).