Auxiliar de serviços gerais é chamado de ‘preto sujo’ por ex-policial enquanto trabalhava em Cabo Frio

Vitor H.U.M., de 69 anos, foi preso com um simulacro de arma de fogo na quinta-feira (28); ele era foragido da Justiça pelo crime de concussão

Um auxiliar de serviços gerais de um condomínio localizado no bairro Praia do Siqueira, em Cabo Frio, foi vítima de um crime de Injúria Racial cometido por um ex-policial civil – que foi expulso da corporação – na última quinta-feira (28). Vitor H.U.M., de 69 anos, foi preso pela Polícia Militar. Ele era considerado foragido da Justiça pelo crime de concussão e estava com um simulacro de arma de fogo.

Ao Portal RC24h, Ericris Barreto Ferreira, de 26 anos, conta que o acusado já é conhecido por ser “um senhor muito problemático”. Essa não foi a primeira vez que Vitor agrediu verbalmente um funcionário do condomínio. “Não fui o primeiro zelador que ele xinga. Meu patrão já perdeu outros três funcionários por causa dele”, conta a vítima.

Tudo começou quando Ericris estava cuidando do local de trabalho e regou as plantas do idoso. “A plantação dele é particular e fica na vaga de garagem, não são do condomínio, mas reguei ainda assim”, conta o rapaz.

Logo em seguida, ele percebeu a chegada de Vitor, que demonstrava certa irritação e Ericris comentou com o patrão que ele estava estranho. “Falei com ele que achava que ele iria arrumar confusão. Dito e feito. Por volta das 16h30, eu estava tomando um café e ele chegou gritando comigo, com meu patrão do lado: ‘esse c*zão não molhou minhas plantas por quê?’. E eu pedi calma a ele e disse que tinha molhado sim”.

O rapaz afirma que pediu ao patrão para que puxasse as imagens na câmera e, nesse momento, o ex-policial “jogou as bolsas no chão e começou a gritar, chamando para uma agressão”. Ericris disse, ainda, que ficou assustado com a situação e jamais agrediria o acusado.

“Quando ele percebeu que não conseguiria fazer eu brigar com ele, ele começou a repetir que eu era preto sujo, que ia arrastar a minha cara no chão”, relembra Ericris. “Foi pior que um soco no rosto. Eu via injúria racial na TV e não achava que era pra tanto, mas quando foi comigo, mas me senti tão mal e imundo, mesmo sem ser”, lamenta.

A polícia foi acionada e todos os envolvidos foram encaminhados para a 126ª DP.

Na distrital foi constatado que havia um mandado de prisão em aberto contra Vitor, pelo crime de concussão, que é quando um servidor público exige alguma coisa em razão do cargo que ocupa; por exemplo, um policial que exige dinheiro para não lavrar um flagrante.

O acusado permaneceu preso à disposição da Justiça.

Coordenadora de Reportagem na Portal RC24h | Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.