O advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, executado a tiros no Centro do Rio, atuou contra Glaidson Acácio dos Santos, o ‘Faraó dos Bitcoins’, em um processo que correu entre 2022 e 2023 na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Zona Oeste. O inquérito foi arquivado porque o homem que processou Glaidson deixou de se manifestar à Justiça após não conseguir a gratuidade no processo.
Conforme consta no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rodrigo também esteve à frente da defesa de processos por posse, aquisição de bens materiais, indenização por bens materiais e confissão de dívidas.
Até o momento, a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelo caso, é de execução. Uma nova perícia foi realizada pela especializada nesta terça-feira (27) no local do crime. A vítima foi morta na tarde de segunda-feira (26), em frente ao escritório em que trabalhava, no Centro do Rio. A ação durou cerca de 14 segundos. O local fica na mesma calçada da Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-RJ), e a poucos metros do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) desde novembro de 2011, Rodrigo Crespo fazia parte da Comissão de Direito Processual Civil. Também era sócio fundador do Marinho & Lima Advogados, tinha experiência em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. Ele se formou em 2005 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
‘Faraó dos Bitcoins’ é acusado de montar grupo de pistoleiros
Preso desde agosto de 2021 por comandar um esquema financeiro de pirâmide que prejudicou milhares de investidores, o ex-garçom Glaidson Acácio, conhecido como ‘Faraó dos Bitcoins’ também foi acusado pelo Ministério Público, em dezembro de 2022, de liderar um grupo de pistoleiros que tinha como objetivo monitorar e eliminar desafetos.
A denúncia afirma que Glaidson dos Santos mantinha uma estrutura para matar concorrentes do mercado de criptomoedas na Região dos Lagos. O serviço contava com inteligência, armas, informantes, empresas de fachada e matadores profissionais.
“Vai se meter com tubarão? Ninguém se mete com tubarão”, diz Glaidson em um dos áudio apreendidos durante as investigações. O esquema financeiro do ‘Faraó dos Bitcoins’ movimentou cerca de R$ 38 bilhões. As empresas de fachada eram usadas para pagar despesas do grupo, como compra de armas, pagamento de seguranças e pistoleiros, e contratação de detetives. Glaidson é réu por estelionato e em processo na Justiça Federal.
PUC-Rio lamenta morte de ex-aluno
O Departamento de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) lamentou, nesta terça-feira (27), a morte do ex-aluno do curso de graduação Rodrigo Marinho. “Expressamos nossa solidariedade aos seus familiares, amigos e colegas neste difícil momento. E repudiamos este ato de extrema violência, esperando que o mesmo seja investigado pelas autoridades competentes”, disse a universidade.
A reportagem tenta contato com a defesa de Glaidson Acácio. O espaço está aberto para manifestação.
O corpo de Rodrigo Crespo será sepultado às 14h de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O velório terá início às 11h, na Capela 2.
FONTE: ODIA
Ludmila Lopes
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.