12/12/2024 — 13:00
  (Horário de Brasília)

Tecnologia de reaproveitamento de lodo será testada na Estação de Tratamento de Esgoto de Arraial do Cabo

Resíduo será transformado em gás biocombustível e carvão vegetal. Lançamento será nesta quarta-feira, com a presença do governador

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Uma tecnologia inovadora e sustentável passará a ser aplicada na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Arraial do Cabo, que contará com uma Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR), capaz de transformar o lodo resultante do tratamento do esgoto doméstico, material que geralmente é descartado em aterro sanitário, em uma substância que pode ser tratada e reutilizada como gás biocombustível e em um tipo de carvão vegetal, chamado biochar, elemento útil para aplicação na agricultura, para recuperar solos degradados e sequestro de carbono. Os testes do projeto de tratamento de lodo por ‘pirólise lenta à tambor rotativo’, acontecerá na unidade operacional da Prolagos, financiada pela Águas do Rio e Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com Agenersa, Universidade Federal Fluminense (UFF) e Prefeitura de Arraial do Cabo. O projeto será lançado nesta quarta-feira, 23 de março, durante a inauguração do Mirante da Prainha, às 16h, com a presença do governador.

No Brasil, existem muitas formas de tratamento e reaproveitamento do lodo, mas dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – 2017) indicam que menos de 5% do lodo sanitário é reaproveitado, a maioria é aplicado como compostagem, na incineração e outras formas de gaseificação. “A pirolise é adotada, também, em algumas iniciativas experimentais ou em escala pequena, mas diferem-se da tecnologia adotada neste projeto. A unidade utiliza a ‘pirolise lenta a tambor rotativo’, ou seja, é um processo de decomposição termoquímico da matéria, na ausência de oxigênio. O gás produzido é filtrado e enviado para queimadores ou moto geradores para geração de energia. Uma parcela do gás retorna para alimentar o processo. Com isso, não são produzidos gases poluentes ou tóxicos. Nesse sentido, os testes que serão realizados produzirão resultados inovadores no país”, explica Rodolfo Cardoso, doutor em Engenharia de Produção, da Universidade Federal Fluminense, responsável pelo projeto.

A unidade terá capacidade para tratar duas toneladas de lodo por dia. O projeto terá duração de três anos e a expectativa é testar a aplicação da tecnologia, visando construir modelos de aplicação para as diferentes condições das Estações de Tratamento de Esgoto no estado do Rio de Janeiro. “Nas cidades atendidas pela Prolagos, 80% do esgoto produzido é coletado e 100% é tratado nas nossas ETE’s. Esse investimento vai promover o saneamento energético, permitindo transformar um passivo ambiental de alto impacto, que é o lodo das estações de tratamento de esgotos, em benefícios para a natureza e sociedade”, ressalta Pedro Freitas, diretor-presidente da Prolagos.

Sabrina Sá
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