A Polícia Civil apreendeu a certidão de nascimento de uma criança do sexo feminino, de 2 anos, que estava sendo criada como filha pela irmã do chefe do tráfico da comunidade Sinagoga, em Unamar, no município de Cabo Frio, na Região dos Lagos. A menina foi resgatada por policiais da 126ª DP, na sexta-feira (23). O documento teria sido obtido com dados falsos e apontava a mulher e o marido como se fossem os dois pais do bebê.
O delegado Carlos Eduardo Pereira Almeida vai investigar como a certidão foi obtida. A irmã do chefe do tráfico foi presa por suspeita de envolvimento no caso da criança, que teria sido entregue por bandidos, em julho, para ser criada por ela como se fosse sua filha. Ela prestou depoimento à polícia. X. de 23 anos, alegou que seu companheiro é pai do bebê, fruto de um relacionamento dele com outra mulher.
O caso aconteceu na comunidade Sinagoga, em Unamar, no município de Cabo Frio, na Região dos Lagos. A menina foi resgatada de uma casa, localizada no interior da comunidade, por policiais da 126ªDP, na última sexta-feira, durante a Operação Falso Salomão, que contou com a participação de policiais militares do 25ºBPM.
A polícia, no entanto, diz que o casal é suspeito de envolvimento no espancamento da avó da criança e do marido dela. O crime teria ocorrido quando ambos tentaram resgatar a menina. Os agentes deflagraram a operação para cumprir cinco mandados de prisão e um mandado de busca e apreensão da criança. O bebê estava sendo cuidado por X. Ela foi presa junto com o marido, que segundo a polícia é braço direito do homem apontado como chefe do tráfico da Sinagoga. De acordo com investigações da 126ªDP, a menina inicialmente teria sido entregue aos traficantes pela própria mãe, moradora da mesma comunidade que os suspeitos, para ser criada pela irmã do chefe do tráfico.
Ao saber do fato, a avó e o marido foram resgatar a neta, mas acabaram sendo espancados, torturados, e ameaçados de morte por bandidos . Com medo de ser executada, a dupla fugiu de Cabo Frio e procurou a Polícia Civil e o Ministério Público para denunciar o caso. Ainda de acordo com a investigação presidida pelo delegado Carlos Eduardo Pereira Almeida, da 126ªDP, o casal preso chegou a usar dados falsos para registrar a menina como se os dois fossem pais da criança. O bebê foi apreendido e passa por atendimento psicológico, estando à disposição do Juizado de Infância e Adolescência.
A previsão é a de que o casal seja submetido a uma audiência de custódia, nesta segunda-feira. Na ocasião, um juiz decidirá se os dois continuarão presos preventivamente ou se responderão em liberdade por suspeita de envolvimento em crimes de tortura, registro falso e ameaça. Entre os que continuam foragidos e estão sendo procurados está o traficante Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha. Um dos chefes da maior facção criminosa do Rio, e que está foragido desde 2021, Abelha é apontado como sendo um dos responsáveis por abastecer com drogas e armas à comunidade da Sinagoga. Segundo a polícia, o chefe do tráfico local obedece ordens de abelha e integra o mesmo grupo criminoso.
*Com informações dO Globo.
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.