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22/11/2024 — 23:41
  (Horário de Brasília)

PF prende dono de empresa de bitcoin de Cabo Frio por suspeita de pirâmide financeira

Glaidson Acácio dos Santos foi preso em uma mansão no Itanhangá. Ele prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em criptomoedas. Operação da Polícia Federal foi em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal

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O dono da GAS Consultoria Bitcoin de Cabo Frio , Glaidson Acácio dos Santos, foi preso no início da manhã desta quarta-feira (25) na Operação Kryptos, da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, por suspeita de pirâmide financeira.

A força-tarefa encontrou Glaidson em uma mansão no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio. Policiais apreenderam na casa reais, dólares e euros em espécie e até barras de ouro. Foram apreendidos mais de R$20 milhões.

Agentes saíram para cumprir nove mandados de prisão e 15 de busca e apreensão no RJ, São Paulo, Ceará e Distrito Federal. A PF foi vista no edifício Premier Center, em Cabo Frio, onde está sediada a GAS.

Um dos sócios de Glaidson também foi preso. Ele foi capturado no Aeroporto de Guarulhos, quando tentava fugir para fora do país.

Fantástico desta semana mostrou que a GAS era investigada há dois anos pelo esquema, mas se disfarçava de consultoria em bitcoins, uma moeda digital.

A empresa de Glaidson tinha o maior número de investidores em Cabo Frio, na Região dos Lagos fluminense, que se tornou um paraíso dos golpes do tipo pirâmide financeira e ganhou até apelido de Novo Egito, como o Fantástico mostrou há duas semanas.

Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em criptomoedas, mas sua empresa não tinha site nem perfis em redes sociais, e o telefone disponível na Receita Federal não funcionava.

“Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses”, informou a PF.

Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio.

De garçom a bilionário

Um registro do Ministério do Trabalho mostra que até 2014 Glaidson recebia pouco mais de R$ 800 por mês como garçom.

Em fevereiro deste ano, Glaidson fez uma festa de aniversário com direito a show do cantor João Gabriel. Dois meses depois, mais de R$ 7 milhões foram apreendidos em um helicóptero. O dinheiro estava em três malas e, segundo as investigações, seria levado para São Paulo por um casal que trabalha para a GAS Consultoria Bitcoin.

Anteriormente, em um depoimento à polícia, Glaidson negou mexer com criptomoedas. Alegou que atuava com “inteligência artificial, tecnologia da informação e produção de softwares”. Já para os clientes, o empresário dizia que investia no ramo das criptomoedas há nove anos.

Além da GAS Consultoria Bitcoin, pelo menos dez empresas que oferecem investimentos com lucro alto e rápido na cidade são alvo de investigação.

O que são pirâmides financeiras?

Pirâmides, ou esquemas de Ponzi, consistem em uma rede onde entrantes precisam pagar uma taxa a membros antigos. Para começar a receber, esses novos filiados devem atrair mais gente. Mas chega um ponto em que a pirâmide não se paga.

Recentemente, golpistas passaram a montar pirâmides prometendo altos rendimentos. A economista Myrian Lund, da Fundação Getúlio Vargas, alerta para aplicações desse tipo.

“Qual é a característica da pirâmide? Entra dinheiro, e esse dinheiro serve para pagar as pessoas. Ele se retroalimenta. No momento em que parar a entrada de dinheiro, aquilo acabou naquele momento. Se você recebeu, ótimo. Se não recebeu, não vai ter mais nada de volta”, diz.

Golpes financeiros mais comuns — Foto: Infográfico: Elcio Horiuchi/G1

O que dizia a GAS

Em resposta ao Fantástico, em nota, a defesa de Glaidson informou estar à disposição das autoridades para todo e qualquer esclarecimento. “A GAS de Glaidson Acácio, que atua no ramo de tecnologia e consultoria financeira em criptomoedas, não compactua com ilegalidades e preza pela licitude de todas as suas operações”, declarou o advogado Thiago Minagé.

*Com informações do G1.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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