Um mutirão de limpeza na Praia do Foguete, em Cabo Frio, recolheu 110 kg de lixo neste domingo (30), durante o Dia Internacional do Lixo Zero. A atividade integra a programação da Semana Nacional de Limpeza dos Mares 2025 e reuniu moradores, voluntários e diversas instituições com o objetivo de alertar sobre os impactos do descarte irregular de resíduos no meio ambiente marinho.
Idealizado pelo Projeto Mar Sem Lixo, o evento teve apoio da prefeitura de Cabo Frio, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Clima, além do Programa Bandeira Azul, do Parque Estadual Costa do Sol, do Instituto Estadual do Ambiente, do Cabo Frio Convention Bureau, do Projeto Albatroz, do Instituto BW, da Associação de Moradores do Foguete e do Clube Militar do Foguete.
Entre os materiais removidos estavam garrafas de vidro, embalagens de comida, bitucas de cigarro e outros resíduos comuns nas praias após o período de férias e carnaval. O foco principal da ação foi promover a conscientização sobre os danos causados pelo lixo nos oceanos, que comprometem a fauna marinha e a saúde ambiental da região.
Segundo Roberto Ramos, presidente e fundador do Projeto Mar Sem Lixo, a Semana Nacional de Limpeza dos Mares foi criada para ampliar ações de coleta ao fim do verão, inspirada no Clean Up Day, realizado em setembro. “Com ações em diversos estados, já removemos quase 300 toneladas de lixo dos oceanos”, afirmou.
Além da coleta, a iniciativa também investigou a presença de microlixo na praia e os padrões sazonais de descarte. “Nosso intuito não é apenas a quantidade de lixo recolhido, mas entender e quantificar os resíduos menores, gerando dados informativos para relatórios ambientais”, explicou o secretário adjunto de Meio Ambiente, Renato Merendino.
O biólogo Paulo Roberto, também da Secretaria de Meio Ambiente, destacou a relevância de tratar o lixo de menor escala. “A principal missão é conscientizar sobre o descarte correto, pois, enquanto o macrolixo é retirado pela limpeza urbana, os resíduos menores, como plásticos e bitucas de cigarro, permanecem nas praias e causam grande impacto negativo no meio ambiente.”
Moradores do bairro também participaram da ação. Zilda Maria Souza, de 72 anos, moradora da região há quatro décadas, defendeu que o trabalho educativo deve começar em casa. “Preservem as praias, elas são de vocês. Levem o lixo para casa e ensinem isso aos seus filhos, netos e bisnetos. Pequenas atitudes fazem a diferença”, declarou.
Durante o mutirão, o Instituto BW organizou uma exposição educativa com peças anatômicas de animais marinhos e silvestres, com o objetivo de sensibilizar a população sobre a biodiversidade local. “Trouxemos peças anatômicas para que o público conheça essa biodiversidade e entenda como a interação humana pode afetar tanto a nossa vida quanto a dos animais”, explicou a bióloga e educadora ambiental Ynae Schröder.
O Projeto Albatroz também participou com atividades voltadas à educação ambiental, reforçando a importância da preservação da vida marinha.
A atividade faz parte dos critérios exigidos para a candidatura da Praia do Foguete ao Programa Bandeira Azul, que reconhece praias sustentáveis e comprometidas com a gestão ambiental.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).
