24/11/2025 — 15:29
  (Horário de Brasília)

Mulheres Negras da Região dos Lagos organizam participação na Marcha Nacional de 2025

Mobilização reúne representantes de sete municípios para agenda nacional em Brasília

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As Mulheres Negras da Região dos Lagos do Rio de Janeiro confirmam presença na II Marcha Nacional de Mulheres Negras, marcada para 25 de novembro de 2025, em Brasília. A mobilização prevê a participação de cerca de 200 mulheres de áreas rurais, quilombolas, favelas e comunidades tradicionais dos sete municípios da região.

A organização regional tem como referência a Marcha de 2015, marco para a articulação de debates e ações sobre justiça, reparação e condições de vida da população negra. Em novembro deste ano, foi realizada em Araruama, na Praça João Hélio, a primeira reunião do Fórum de Mulheres Negras da Região dos Lagos, com o objetivo de estruturar estratégias e propor políticas públicas para o território.

O Fórum foi criado para reunir iniciativas já existentes de movimentos de mulheres e mulheres negras na região. Segundo as integrantes, o espaço busca sistematizar ações e manter o trabalho desenvolvido por lideranças anteriores.

Desde 2015, encontros e articulações estaduais vêm reunindo grupos de diferentes municípios. Em julho deste ano, começou a formação de base do Fórum Estadual de Mulheres Negras, com participação de Dolores Lima e Eliane Arruda. As reuniões ocorreram em Búzios e Iguaba Grande. A primeira reunião oficial do Fórum da Região dos Lagos foi realizada em novembro, novamente em Araruama.

Para 2025, as mulheres organizadas reforçam que a Marcha terá como foco a denúncia de violações de direitos e a cobrança de respostas do Estado brasileiro. Entre as denúncias apresentadas pelo grupo estão:

Violência policial e mortes da população negra em favelas e periferias.

Racismo institucional em espaços de poder, educação, saúde e trabalho.

Desigualdades na saúde reprodutiva, com índices elevados de mortalidade materna entre mulheres negras e registros de violência obstétrica.

Impactos do PDL 03/2025 sobre meninas vítimas de estupro, principalmente negras, ao restringir o acesso à interrupção legal da gravidez.

Casos de violência de gênero, transfobia, exploração sexual e tráfico de pessoas.

Precarização do trabalho doméstico e violações de direitos.

Falta de políticas públicas para mulheres negras encarceradas e para mães que perderam filhos em ações do Estado.

As reivindicações incluem:

Reparação histórica pelos impactos da escravidão.

Políticas públicas estruturantes nas áreas de saúde, educação, emprego e dignidade.

Enfrentamento do racismo institucional e ambiental.

Redução de ações policiais letais.

Garantia de direitos para mulheres negras, população LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência.

As representantes afirmam que a mobilização busca reunir sociedade civil, coletivos e movimentos sociais. Em nota, o grupo reforça a mensagem: “Basta de racismo, basta de violência, basta de opressão. Queremos reparação e Bem Viver. Em coletivo, andamos ainda melhor.”

Movimentos que confirmam participação na marcha:

Fórum de Mulheres Negras da Região dos Lagos

Coletivo Cultural Olhar de Perifa

Fórum Estadual de Mulheres Negras do RJ

SOMUNEAR / Associação de Mulheres Negras da Rasa – Búzios – Sirlei

Associação Remanescente Quilombola da Rasa – Búzios

Coletivo Vozes Negras em Movimento – Iguaba Grande – Simone Castro

MNU – Iguaba Grande – Abigail e Simone

UCCNIG – Iguaba Grande – Abigail

FECARJ – Cabo Frio – Débora Tamoios

Amazônia Rio – Araruama – Sandra Albuquerque

União Brasileira de Mulher – Araruama – Adrelina

Grupo de Articulação Boqueirão – São Pedro da Aldeia – Sônia e Fernanda Costa

Gethomn – Saquarema – Luciana Ferreira

MUNEGRAS – Saquarema – Heloisa

Rede das Pretas – Luana

Movimento Coletivo Preto

Kazawá Saveres Ancestrais

Pier Luro
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