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Mulher de Glaidson Acácio dos Santos montou empresa na Colômbia para lavar dinheiro

Família da venezuelana mantinha uma empresa na cidade de Medellín, na Colômbia, com a finalidade de inserir fundos de origem incerta no mercado cambial

Novas informações sobre as manobras da venezuelana Mirelis Zerpa no exterior foram recolhidas por clientes lesados e revelam que a mulher de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, montou um esquema transnacional de pirâmide financeira e lavagem dos ganhos com os golpes. Mirelis está foragida desde agosto de 2021, quando a Operação Krytpos, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), prendeu seu marido e outros sócios do esquema.

A pista mais recente, depois da descoberta de negócios em Portugal e nos Estados Unidos, revela que a família de Mirelis manteve, entre março de 2020 e dezembro de 2022, uma empresa em Medellín, na Colômbia, destinada a injetar dinheiro de origem desconhecida no mercado de câmbio. A Consultoria Y Tecnologia Avanzada S.A.S, registram as bases de dados do governo colombiano, pertenceu a Noiralis Zerpa, irmã de Mirelis, e a Juan Pablo Bonilla Guzman. Especialistas locais explicaram que as características são típicas de uma “empresa-ponte” ou “conta-ponte”, que tem rendimentos devidos a um terceiro fora da empresa e é usada para lavar dinheiro de atividades ilegais e legalizar moeda ou renda e deixá-lo no mercado nacional por meio de terceiros.

Até a descoberta da empresa colombiana, já se sabia que Glaidson e Mirelis captaram clientes em Portugal com a KasteloKódigo Unipessoal Ltda, sediada em Lisboa, e também abriram a EYD Investment, em 2021, em Miami (EUA). Misteriosamente, a firma americana sofreu uma alteração contratual no dia 26 de agosto daquele ano, assinada por Glaidson, quando o Faraó dos Bitcoins já estava preso e impedido de praticar atos que implicassem na movimentação de patrimônio, pois estava com todos os bens bloqueados.

Os clientes lesados e administradores da falência da GAS, já decretada pela Justiça, rastreiam o dinheiro ainda escondido pelos golpistas no exterior, com o objetivo de repatriá-lo e ressarcir os prejuízos. Do total amealhado pela organização, a Justiça Federal só conseguiu apreender R$ 400 milhões, além de imóveis, veículos e joias.

EM PORTUGAL E NOS ESTADOS UNIDOS

A empresa KasteloKódigo Unipessoal Ltda, sediada em Lisboa, foi utilizada por Glaidson Acácio dos Santos e Mirelis Zerpa para captar clientes em Portugal, antes de ser descoberta a empresa colombiana utilizada para o mesmo fim. Além disso, a dupla abriu a EYD Investment em Miami, nos Estados Unidos, em 2021. De forma misteriosa, a empresa americana sofreu uma alteração contratual assinada por Glaidson em 26 de agosto do mesmo ano, mesmo ele já estando preso e com bens bloqueados.

Segundo um auditor da Receita Federal, a EYD Investment é um tipo de empresa (LLC) utilizada em operações de lavagem de dinheiro no exterior, pois os donos não são obrigados a declarar a movimentação financeira ao fisco americano. Além disso, Noiralis Zerpa, irmã de Mirelis, recebeu uma transferência de cerca de R$ 2,3 milhões das contas da irmã à revelia da Justiça brasileira, por meio da bolsa de valores de criptomoedas Binance.

Mirelis ocupou as redes sociais no ano passado para informar aos clientes da GAS que não tinha dinheiro para indenizá-los, sendo que os advogados afirmam que os recursos disponíveis foram utilizados para pagar investidores logo após a prisão de Glaidson e o fechamento da empresa.

O advogado de Mirelis, Ciro Chagas, negou qualquer relação financeira com as empresas citadas e afirmou não ter informações sobre as pessoas envolvidas. O caso segue sob investigação pelas autoridades brasileiras.

Coordenadora de Reportagem na Portal RC24h | Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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