“Imagine receber a promessa de ganhar a sonhada casa própria, ver pouco a pouco o condomínio ganhando forma, mas na hora de pegar as chaves dos apartamentos, quem não tinha onde morar continuou sem teto”. Essa foi a chamada da âncora do RJ2, da Globo Rio, Ana Luíza Guimarães, sobre uma matéria que causou tremenda repercussão, sobre o escândalo do Minha Casa Minha Vida, em Araruama, divulgada na noite desta quinta (11). A matéria foi reprisada pelo RJ1 local, da Intertv, nesta sexta (12).
Ainda na chamada, a apresentadora destaca: “E teve político com a cara de pau de cobrar aluguel de quem deveria ganhar a casa”.
Para a maioria das pessoas que mora na Região dos Lagos a “bomba” não é novidade, já que o Portal RC24h vem acompanhando o assunto desde que houve a denúncia e publicou várias matérias sobre o caso, que passou a ser de conhecimento no Estado.
Sob o título “Prefeita é acusada de beneficiar aliados no Minha Casa Minha Vida”, a reportagem fala que a lista dos beneficiados do condomínio Dolce Vitta teria sido alterada para beneficiar pessoas com vínculos políticos ou parentescos ou, ainda, os que fizeram doação de campanha à Lívia de Chiquinho (PP). A reportagem foi conduzida pela competente experiente Bette Lucchese e sua equipe.
A denúncia é do MPF e já está e já chegou à Controladoria Geral da União (CGU). Entre os acusados, além da prefeita (por improbidade administrativa), estão duas subsecretárias e do então secretário municipal de Política Social (à época) e ex-vereador, Maurício Melo, que foi quem fez a seleção “indevida” dos beneficiários (…) valendo-se das atribuições do cargo público, excluindo e/ou incluindo pessoas beneficiárias do programa MCMV para favorecimento de particulares”, como descreve o documento do Ministério Público. A filha e a ex-mulher de Melo receberam imóveis indevidamente e também são rés no processo. Outro que aparece na lista dos réus é o ex-segurança particular da prefeita Lívia de Chiquinho, Cláudio Lopes de Moura.
“Nós pedimos a condenação e todas as sanções da improbidade administrativa que vão desde a indenizaçao, multas e também a inelegibilidade, porque são pessoas que demonstraram não saber lidar com a coisa pública”, disse o procurador do MPF, Leandro Mitidieri.
Ainda na matéria é mostrado que 85 dos 120 apartamentos estariam em mãos erradas, ou seja, quase 30% das unidades habitacionais.
A equipe de reportagem da Globo Rio, que esteve na cidade na última quarta (10), foi até a Prefeitura tentar falar com Lívia, mas foi informada que ela ainda não havia chegado no prédio. Em nota, a Prefeitura informou à Globo Rio que a responsabilidade pela análise dos aprovados ao programa MCMV é da Caixa Econômica Federal, o que não procede, já que uma portaria do Ministério das Cidades informa que o encaminhamento dos candidatos seja feito pelo próprio município. A Prefeitura disse ainda que as alegações “são infundadas e classificou a denúncia como “perseguição política”.
Confira o vídeo:
Ludmila Lopes
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.