O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil) anunciou nesta terça-feira (19) que desistiu de concorrer ao governo estadual nas próximas eleições.
A decisão de Garotinho aconteceu no mesmo dia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski indeferiu pedido de extensão da decisão que anulou provas da Operação Chequinho e beneficiou outro réu.
A desistência de Garotinho a disputa pelo Palácio Guanabara ocorreu após uma reunião na sede do União Brasil no Rio, onde ficou acertado que ele não terá a obrigação de apoiar o governador Cláudio Castro na disputa.
Segundo a nota divulgada pela equipe do ex-governador, Garotinho decidirá até a próxima sexta-feira (22) se será candidato a deputado federal, estadual ou a nenhum cargo.
No mesmo encontro, o partido confirmou a pré-candidata da deputada federal Clarissa Garotinho ao Senado pelo União Brasil.
Condenação por compra de votos
Na última sexta-feira (15), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou um pedido de habeas corpus de Anthony Garotinho.
O ex-governador pedia a suspensão da condenação confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) por compra de votos nas eleições de 2016 em Campo dos Goytacazes, cidade na região Norte Fluminense.
O pedido da defesa de Garotinho teve como fundamento uma sentença do STF, que anulou as provas da Operação Chequinho para outro réu. O ex-governador pretendia que a decisão fosse estendida a ele.
Na tarde desta terça, o ministro Ricardo Lewandowski indeferiu o pedido da defesa de Garotinho pela extensão da mesma decisão do STF. O objetivo dos advogados era conseguir para o ex-governador a anulação das provas da Operação Chequinho.
Decisão do TRE-RJ
Na quinta-feira (14), os magistrados analisaram um recurso do ex-governador e decidiram, por unanimidade, manter a pena fixada contra Garotinho em 2021.
No ano passado, por conta de um esquema que ficou conhecido como Operação Chequinho, Garotinho foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão e multa.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, com a decisão Garotinho voltar a ficar inelegível em razão da chamada “Lei da Ficha Limpa” – o que é contestado pela defesa do ex-governador.
Decisão do STJ
Na quinta-feira (14) mais cedo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu a pedido da defesa do ex-governador e suspendeu os efeitos da condenação em um outro processo, por improbidade administrativa. A decisão do STJ devolveu os direitos políticos de Garotinho.
A condenação por improbidade, suspensa no STJ, é de 2018, e tem relação com desvios de R$ 234 milhões na área de Saúde do RJ durante a gestão de Rosinha Matheus, esposa do ex-governador.