“Foi catastrófico e desastroso. Pensei que fosse morrer”, conta cabo-friense que presenciou tempestade em Petrópolis

Devido às fortes chuvas que aconteceram na tarde desta terça-feira (15), o município serrano decretou estado de calamidade pública

Uma forte tempestade, que aconteceu na tarde desta terça-feira (15), fez o município de Petrópolis, na Região Serrana, decretar estado de calamidade pública. Imagens mostram intensos deslizamentos, nos quais árvores, carros e enormes pedras são levadas pelas águas. Por conta disso, muitos moradores ficaram soterrados. Até o momento, foram encontrados 44 corpos. A Defesa Civil ainda não tem ideia do número de desaparecidos.

Com isso, a apreensão de que tenha acontecido algo com amigos, conhecidos ou parentes que moram nessa localidade começa a surgir. E não é para menos.

Moradores da Região dos Lagos têm demonstrado o medo nas redes sociais, já que, para muitos, devido ao estado das ruas, é inviável ir até o município ajudar. De acordo com a meteorologia, ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento para a cidade.

Depoimentos dão conta de que a situação é catastrófica. Roberta Farah, professora de educação física, é moradora de Cabo Frio e tem parentes na região. Infelizmente, a situação não terminou bem.

De acordo com ela, a madrinha da esposa, Natália, teria ficado soterrada e o primo, juntamente da namorada, hospitalizado. Naty, como é apelidada, se dirigiu ao local às 5h da manhã, quando as buscas começaram. O corpo, já sem vida, foi resgatado por um helicóptero por volta das 10h30.

Para piorar a situação, como dizem os depoimentos, muitos bairros estão sem sinal de internet e telefone, além da falta de energia, o que dificulta ainda mais o contato entre familiares.

Foi o que aconteceu com Weligton Sampaio, morador de Araruama. Eletem parentes na cidade, e ficou muito preocupado ao não conseguir se comunicar direito.

“Consegui contato com eles hoje (16) de manhã. Lá, onde eles moram, caiu uma barreira, que fechou a rua, mas foi longe da casa deles. Muitos bairros estão sem luz e internet, então está muito difícil a comunicação”, conta o rapaz.

Já Mell Novelino, que é nascida em Cabo Frio, passou um momento de pânico quando foi buscar o filho, de apenas 5 anos, na escolinha. “Foi catastrófico e desastroso. Pensei que fosse morrer”, conta.

Em um depoimento compartilhado nas redes sociais, ela explica detalhadamente como toda a situação ocorreu. Confira:

“O centro de Petrópolis está destruído por causa da chuva. Em questão de segundos o rio transbordou, eu estava correndo pra pegar Pedrinho (filho de Mell) na escola e não consegui chegar. Tive que me segurar para a correnteza não me levar e entrei na primeira rua que vi para fugir da água. A água passou de dois metros de altura na rua da minha casa, eu fiquei ilhada por duas horas até decidir procurar uma casa pra me abrigar. Fui acolhida por uma mulher e sua filha, fiquei lá por mais duas horas até a água diminuir e eu conseguir buscar o Pedrinho, mas quando cheguei lá, o pai já estava com ele. Estamos todos bem, mas a situação na cidade é catastrófica!”

Ainda segundo Mell, assim que for possível, ela, juntamente com a família, virá para Cabo Frio. “Eu pretendo ir (para o município), assim que conseguir uma forma de sair daqui em segurança”.

Confira imagens do estado em que a cidade se encontra:

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.