Nunca se falou tanto em política, principalmente em ano eleitoral. Nas redes sociais, famosos, como Anitta e Felipe Neto, constantemente expressam as opiniões sobre o assunto, realizando, inclusive, campanhas para aumentar a participação de adolescentes nesse meio. Apesar disso, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TRE), jovens de 16 e 17 anos, que representam grande parte do público dessas figuras, nunca solicitaram tão pouco a emissão do primeiro título de eleitor. Em dez anos, a estimativa é que essa procura tenha caído em 82%.
A faixa etária não tem obrigatoriedade em votar, por ser menor de idade. Apesar disso, a presença dentro do mundo político já é permitida. Em Cabo Frio, a estatística acompanha o cenário nacional. Atualmente, o município possui aproximadamente 7 mil jovens entre 16 e 17 anos, mas, de acordo com dados levantados pelo Portal RC24h, até fevereiro, o número de adolescentes aptos para votar não ultrapassou 757, ou seja, cerca de 10% do total.
Ainda conforme os dados, a maioria é do sexo feminino, sendo 419, ou seja, 55%. Além disso, os números indicam que os mais interessados em votar são os jovens de 17 anos, que correspondem a 562, o que equivale a 74%.
Thiago Marques, de 16, faz parte do grupo de quem preferiu se abster de votar neste ano. A justificativa foi por achar que a contribuição não alteraria o resultado final. “Eu realmente acho que meu voto e minha opinião não farão diferença, (…) então prefiro não dar meu voto para ninguém”, explica.
Jovens comentam a importância do voto
Mesmo com baixa procura, a maioria dos jovens cabo-frienses dividem a mesma opinião. Tirar o título de eleitor é importante, principalmente por faltar apenas sete meses para o período de eleição do próximo presidente do país.
Luana Cardoso Lopes, adolescente de 17 anos, já tirou o título. “Eu tirei sim, pois acho muito importante a participação dos jovens na política, até porque somos o futuro”, afirma a jovem que ainda diz que muitos não procuram a emissão por acharem que não vão fazer diferença. “Eu penso que isso deveria ser mais cobrado, porque se trata de algo que vai envolver a sociedade em um todo… Envolver o futuro daquela pessoa”, conclui.
Quem também acredita que a cobrança deve ser maior é Carlos Eduardo Mascarenhas, de 17. “Pretendo tirar para exercer o direito ao voto, pois com essa idade, acredito que temos que ter responsabilidade”.
Sobre as campanhas que têm sido levantadas por artistas para que os jovens tirem os títulos, Cadu, como é chamado pelos amigos, diz que concorda. “Acho super válido o movimento, pois assim relembra a esse público o poder da democracia”.
Felipe Marvila, de 16 anos, afirma que os adolescentes buscam por representatividade. “Sim, eu tirei meu título de eleitor, porque eu acho extremamente importante que os jovens se interessem por política e, com seus pensamentos, possam achar um candidato que defenda as pautas que eles defendam”, comenta.
O rapaz acredita a baixa procura e interesse se dão por conta da pandemia de Covid-19. “Eu quero, com meu voto, mudar um pouco o rumo do Brasil. (…) Eu acho que, depois da pandemia, o jovem ficou ‘anestesiado’, pois ele vê quase que semanalmente escândalos de corrupção que tem em Brasília (…) e parece que passa batido”, enfatiza Felipe.
Quem ainda não tirou o título, seja por falta de tempo ou por dúvida em quem votar, ainda há tempo de mudar de ideia e correr atrás. O prazo final para a emissão do documento é dia 4 de maio, podendo ser feito 100% de forma on-line.
Como tirar o título?
O caminho é bem prático. O primeiro passo é acessar o site TítuloNet, localizado na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após informar a Unidade Federativa (UF) em que mora, será necessário enviar uma selfie segurando um documento de identificação; foto do comprovante de residência atualizado; e o certificado de quitação de serviço militar para homens com mais de 18 anos.
Na página seguinte, em “Título de eleitor”, basta selecionar a opção “Não tenho” para prosseguir o atendimento.
Os dados informados serão analisados pela Justiça Eleitoral, e o requerimento poderá ser acompanhado através deste link.
Ludmila Lopes
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.