Após diversas reclamações de usuários de ônibus na Região dos Lagos, especialmente em Cabo Frio, a Auto Viação Salineira justificou que opera o serviço de transporte coletivo de passageiros com linhas de característica urbana sem ar-condicionado por não existir obrigatoriedade da refrigeração na norma vigente da empresa.
O questionamento dos passageiros é se a Prefeitura de Cabo Frio pretende seguir o exemplo do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que sancionou uma lei que obriga os circulares a terem ar-condicionado.
Segundo a deliberação, “as concessionárias do Sistema de Transporte Público por Ônibus (SPPO) deverão operar com ar condicionado ligado e em bom estado de manutenção em todos os veículos licenciados com o referido equipamento, em conformidade com obrigação assumida no Termo de Conciliação firmado entre com o município do Rio de Janeiro em 24 de maio de 2018”.
“Sou usuária do transporte intermunicipal para me deslocar para o trabalho. De fato, desde o fim dos decretos municipais de todos os municípios onde a Salineira atua, não nos foi devolvido o uso do ar condicionado. Os carros que têm até estão rodando, mas o ar não é ligado. Fica aqui a sugestão de nova matéria dando esse exemplo da empresa do Rio, como leve alfinetada”, disse uma internauta após ver que uma empresa da capital se alinhou com as regras do uso do ar-condicionado.
Como a Salineira justificou a falta de obrigatoriedade da concessão, a Prefeitura foi questionada sobre uma possível regra que mude as normas para o serviço e rebateu a empresa, que será notificada. Confira a nota:
“A Prefeitura de Cabo Frio informa que a empresa responsável pelo transporte público coletivo será notificada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, para que todos os ônibus circulem com o ar-condicionado ligado. Destaca ainda que, no cálculo tarifário que consta no contrato, é levado em consideração o ponto de quilômetro rodado com ar-condicionado, por essa razão não há motivos que justifiquem tal prática”.
A empresa também citou que, diversos fatores como os constantes aumentos de peças, preço dos combustíveis e demais insumos, somados à crise financeira provocada pela pandemia da COVID-19 e ausência do pagamento das passagens dos estudantes da rede estadual e federal de ensino, impossibilitam, por ora, novos investimentos.