Cerca de seis meses após a prisão de Glaidson Acácio dos Santos, CEO da GAS Consultoria Bitcoin de Cabo Frio, durante a Operação Kryptos, da Polícia Federal, que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa, os casos de pirâmides financeiras na Região dos Lagos continuam a todo vapor.
Embora a queda de uma das maiores empresas de criptomoedas tenha feito o assunto ter sido veículado em todo o Brasil, em que Cabo Frio virou o centro das fraudes esquemas financeiros, não foi o suficiente para afugentar muitos investidores que continuaram insistindo em empresas semelhantes do que o ‘Faraó dos Bitcoins’ oferecia.
Em Iguaba Grande, o Grupo Wallet Smart Trading está sendo apontado por aplicar golpe nos investidores. Mais de 25 clientes na cidade já deixaram de receber os rendimentos dos valores aportados na empresa. Nas redes sociais, o dono da consultoria, identificado como Abner Jardim, continua “ostentando” em fotos com carros de luxo, passeios em jet skis e viagens internacionais.
Segundo um dos investidores, entre os lesados na cidade iguabense estão secretários municipais, vereadores, servidores públicos… alguns deles se reuniram e foram à delegacia, registrar um Boletim de Ocorrência sobre o caso.
“Estou sem esperança de receber. Não é só a mim. Minha paciência já esgotou”, disse o cliente lesado pela Wallet Smart Trading, que parou de pagar os rendimentos em Janeiro deste ano. Ele chegou a investir mais de R$ 90 mil.
E não foi apenas em Iguaba que continuaram a surgir empresas do ramo de criptomoedas, diariamente, novas consultorias atraem centenas de clientes em busca de ‘melhorar de vida’; a maioria dessas pessoas acaba sendo vítima de golpe e não recebe os rendimentos dos valores aportados.
Em Cabo Frio, o dono de uma loja de autopeças, que preferiu anonimato, foi vítima da Upward Investing. A empresa prometia 15% de lucro ao mês sobre o valor investido. Ele, que chegou a investir R$ 30 mil, com contrato inicial de 36 meses registrado em cartório, não teve o retorno conforme o combinado.
“Hoje me encontro de mãos atadas em frente a esse situação, com várias dívidas e problemas psicológicos que essa empresa me causou. Mandei mensagem e só ficam adiando”, contou.
O empresário recebeu os lucros por apenas seis meses e, em dezembro, “deram a desculpa de que não tinham dinheiro para pagar e ficaram remarcando a data de pagamento”.
Uma dona de casa também foi lesada pela dupla. Ela chegou a perder R$ 20 mil que havia pegado em empréstimo. O filho da mulher, que também preferiram não ser identificados, contou ao RC24h que a mãe investiu na Upward em agosto e recebeu até dezembro. “Desde então pararam de pagar, quebrando o contrato. A desculpa é que o sócio teria roubado a empresa e, por conta disso, não tinha como pagar ninguém”.
Um dos advogados do trader da Upwards, Tiago Pimentel, enviou nota ao Portal alegando que “o contrato social da empresa mencionada não tem como sócio ou participante” o cliente dele, identificado como Matheus Vidal. O defensor disse ainda que o “mesmo atuava como trader da empresa e cumpriu com as suas responsabilidades operacionais no tempo em que atuava”.
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.