A Casa de Cultura José de Dome, o Charitas, continua em clima de Carnaval, com o início de uma exposição com os bonecos gigantes que participaram dos desfiles do bloco Brincareta, pelas ruas do Centro de Cabo Frio e de Tamoios. Aberta ao público até o próximo dia 14 de março, a mostra conta com dez peças, que representam personalidades cabo-frienses.
Parte dos bonecões foi reformada pelos artistas José Facury e Tânia Arrabal, com o auxílio de outros três bonequeiros, após ficar abandonada, desde 2017, em um dos galpões da Morada do Samba. O restauro das peças, que são patrimônio do município, permitiu que o bloco desfilasse pela primeira vez em sete anos, no último Carnaval.
Neste ano, as personalidades homenageadas pela Brincareta foram: Augustinho Mergulhão, Palhaço Chupeta, Paulo Gil, Zé Barbosa, Amena Mayall, Bebela, Dr. Sérgio, Nogueirinha e Ercília. Na retomada de uma antiga tradição da cidade, os bonecões encantaram foliões de todas as idades, embalados por um time de músicos locais.
“Acho que uma característica dessa gestão é a valorização do patrimônio cultural que o município já possui. Não adianta trazer propostas de novos projetos se a gente não valoriza o que a gente já tem. Acho que a questão da restauração dos bonecos da Brincareta é importantíssima não só pelo restauro da obra em si, mas também pelo resgate da tradição do bloco de bonecos e da Brincareta nas ruas, com famílias e crianças. Isso é o mais importante e o que a gente deixa como legado”, enaltece a diretora do Charitas, Taz Mureb.
A Casa de Cultura José de Dome – Charitas fica na Avenida Teixeira e Souza, 855, no Centro de Cabo Frio. O espaço cultural funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; e aos sábados, das 14h às 18h.
A origem da Brincareta
O projeto da Brincareta surgiu em 1999, sendo realizado pela primeira vez em 2000, da proposta do teatrólogo e cenógrafo José Facury, que junto a outros bonequeiros e artistas tradicionais de Cabo Frio, confeccionou e deu vida a uma manifestação popular, em que trinta e sete bonecões, arrastavam milhares de famílias e foliões de todas as idades pelas ruas.
A proposta é a valorização do artesanato bonequeiro, tendo como referência o carnaval de Olinda (Pernambuco), que atrai milhares de foliões embalados pelo frevo, característica musical forte na localidade.
Ludmila Lopes
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.