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Alunos de Cabo Frio denunciam racismo em loja de shopping de São Gonçalo

Grupo participava de uma excursão escolar na capital. Na volta para casa, eles pararam no local. Estudante disse que foi chamado de 'preto' por funcionária de loja

Estudantes de Cabo Frio que foram ao Rio de Janeiro em uma excursão escolar denunciam que foram vítimas de racismo e constrangimento nas Lojas Americanas do Shopping São Gonçalo, na Região Metropolitana.

Inconformados, os pais dos estudantes dizem que vão entrar na Justiça.

“Eu tô indignada com um troço desses. Teve uma moça que começou a acusá-los de ladrão, dizendo que todos os alunos do Ciep roubam e chamando segurança e levando eles pra fora”, disse Patrícia Monteiro Rodrigues, mãe de um dos cinco alunos do Ciep 193 Wilson Mendes, de Cabo Frio.

“O meu filho ficou branco de vergonha. Ele chegou em casa com vergonha de falar comigo que sou mãe. Ele não falou. Entrou para o quarto e ficou no quarto. Muito triste… e eu não estava lá pra defender ele.”

O grupo de 32 estudantes viajou ao Rio para um passeio da escola, na última quinta-feira (13).

Os adolescentes, com média de 17 anos, visitaram vários pontos turísticos, como Maracanã e Planetário da Gávea.

Na volta para Cabo Frio, os alunos pararam no Shopping São Gonçalo para fazer um lanche e mais um passeio.

O grupo se dividiu e os cinco estudantes que entraram na loja contaram que foram imediatamente hostilizados por uma funcionária com palavras preconceituosas e racistas. E os adolescentes foram expulsos por seguranças sob acusação de roubo.

“Ela chegou: ‘vocês vão comprar alguma coisa? Se não vai comprar nada, vai embora porque vocês não sabem o que é trabalhar 8 horas por dia.”

“Começou a falar que era para eles saírem, que eles iam roubar, que todos os alunos do Ciep roubam. Esse menino que foi chamado de preto começou a argumentar com ela que não estavam roubando, que estavam comprando. E ela chamou o menino de preto. Chamou de preto e empurrou eles pra fora”, disse a mãe.

Vídeos feitos logo após o ocorrido mostram quando a coordenadora da escola voltou à loja para cobrar uma posição da gerência e descobriu que a funcionária tinha ido embora.

“É prática da loja os adolescentes entrarem e gritarem no microfone ‘todos os seguranças postos?’. Não. Então, por que isso aconteceu quando eles entraram?”, questionou a professora.

“Não sei se ela se expressou mal, mas pode ter certeza que vou chamar. Já peço desculpas”, falou a gerente da loja.

“Eu quero saber o que meus alunos deram de motivo para serem assediados. Porque se eles fizessem, eu ia resolver com eles. Mas se forem assediados sem motivos, vou resolver com vocês”, argumentou a professora.

“Não foi você mesmo que falou que ela me chamou de preto? Foi”, contou o estudante.

No dia seguinte, a escola convocou os pais para informar o que tinha acontecido e as providências que foram tomadas.

A Secretaria Estadual de Educação disse, em nota, “que não compactua com qualquer tipo de desvio de conduta e/ou qualquer tipo de discriminação ou preconceito contra qualquer pessoa.”

Os pais também vão cobrar na Justiça os constrangimentos e as ofensas sofridas pelos filhos.

“Eu vou abrir um processo contra essa loja. Eu vou, para nunca mais fazerem isso de discriminar ninguém por escola, por cor, por nada. Todo mundo é igual”, disse Patrícia Monteiro Rodrigues, mãe de um estudante.

O que diz a Lojas Americanas

A direção das Lojas Americanas disse que logo que tomou conhecimento do ocorrido, começou a apurar os fatos. Disse que a funcionária tem deficiência na fala e que isso a obriga a aumentar o tom de voz. Falou ainda que o incidente foi esclarecido com professores e alunos.

*com informações do g1.

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