Ao andar pelas ruas de Cabo Frio, é comum se deparar com uma cena preocupante: crianças pedindo esmola ou vendendo doces em semáforos e esquinas movimentadas. Muitas vezes acompanhadas de adultos — e, em outros casos, sozinhas —, essas situações, apesar de sensibilizarem moradores e turistas, escondem um problema grave: o uso de menores para pedir dinheiro é crime e configura manipulação.
As autoridades destacam que, embora a solidariedade do cidadão seja legítima, a forma correta de ajudar é buscar os canais oficiais de assistência, que oferecem suporte com segurança e acompanhamento adequado.
Em entrevista à equipe RC, o secretário de Família e Juventude de Cabo Frio, Pastor Rogério, reforçou que o município mantém programas sociais voltados para essas famílias, em parceria com o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Segundo ele, equipes realizam abordagens constantes, mas muitas famílias retornam às ruas, utilizando as crianças como estratégia para sensibilizar quem passa.
“Nossa recomendação é que o cidadão não faça doações diretamente, mas encaminhe essas situações para o CRAS ou CREAS, que têm capacidade técnica para prestar assistência adequada”, afirmou o secretário.
A prática de expor crianças à mendicância não apenas viola o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como também perpetua um ciclo de vulnerabilidade e exclusão social. O alerta é para que a população direcione sua solidariedade aos canais oficiais, evitando reforçar uma prática que coloca em risco o desenvolvimento e a dignidade dos menores.
