Empresário do trade turístico de Cabo Frio estiveram reunidos com a Prefeitura na manhã desta quarta-feira (25). O objetivo era falar sobre a concessão do Aeroporto Internacional do município. Inclusive, o encontro contou com a participação do prefeito cabo-friense, José Bonifácio (PDT).
Nesse sentido, o presidente da Associação de Hotéis de Cabo Frio, Carlos Cunha, comentou qual a principal reivindicação do setor. Segundo ele, o desejo é que o edital siga a regra aplicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que prioriza a avaliação dos participantes das licitações pelo número de passageiros processados.
Dessa forma, de acordo com Cunha, os empresários defendem, em sua maioria, que a Prefeitura retire a cláusula que diz respeito que o critério seja a quantidade de helicópteros recebidos.
“Como exemplo, a empresa que hoje opera o Galeão não estaria apta a operar nosso aeroporto”, destacou Carlos Cunha.
Resultados da reunião sobre a concessão do aeroporto
Logo após o encontro, o empresário disse ao Portal RC24h, que saiu otimista da reunião.
“O prefeito sinalizou que levará para a comissão que cuida desta licitação a nossa preocupação em relação à qualquer termo ou cláusula que impeça grandes empresas de participarem dela”, pontuou.
Juntamente com Cunha, outros empresário fizeram pedidos adicionais à Prefeitura. Eles aproveitaram o ensejo para reforçar a necessidade que o município tem no sentido de trabalhar a melhoria das estruturas turísticas da cidade.
Apoiaram tal posicionamento no encontro, José Henrique, vice-presidente do Convention Bureau, e Wagner Oliveiros, vice-presidente da Luta pelo Comércio.
Representaram a Prefeitura ainda o presidente da Comissão de Concessão do Aeroporto, Telson Barros, e da Comissão Especial de Licitação, Guilherme de Mello.
Durante a reunião, outros membros da sociedade civil notáveis foram a presidente do Cabo Frio Convention & Visitors Bureau, Maria Inês Oliveros, e o empresário Rodrigo Abreu.
Outros apontamentos sobre a concessão do Aeroporto de Cabo Frio
Em uma publicação no começo do ano, Carlos Cunha falou sobre as preocupações do trade turístico com a concessão do aeroporto de Cabo Frio.
Logo no início, o material pontua que o edital teve a consultoria “do maior interessado em ganhar a concorrência”. Nesse sentido, de acordo com a publicação, o leilão “pode prejudicar a arrecadação e infraestrutura da cidade nas próximas três décadas”.
Na sequência, o texto pontua que o atual edital tem foco principal nas atividades offshore. No entanto, alerta que há a necessidade “de se contemplar também os voos comerciais para o futuro do turismo de Cabo Frio”.
“Precisamos, com urgência, de voos regulares de Belo Horizonte, São Paulo, Campinas, Buenos Aires e outros destinos emissores. Necessitamos não só da constância e manutenção destes voos, mas também de tarifa competitiva”, afirmou Carlos Cunha à época.
“Falta expertise da empresa que controla o aeroporto atualmente. Temos uma chance de ouro para mudar essa história. Porém, uma futura concorrente está ditando as regras dos requisitos que todos deverão seguir. Esta prática não é ilegal, porém, no mínimo é imoral e fere o princípio de transparência e imparcialidade que deve reger a esfera pública”, concluiu o empresário.
O leilão
Pelas regras do leilão, vencerá a empresa que oferecer o maior valor de Outorga, com mínimo estipulado a partir de R$ 11 milhões. Além disso, a campeã vai arcar com os investimentos na ordem de R$ 143 milhões no Terminal de Passageiros e na infraestrutura geral, como obras na pista, torre de controle e melhorias na rodovia de acesso ao aeroporto.
O cronograma estabelece o investimento de R$ 43 milhões no Terminal de Passageiros, de uso exclusivo da aviação civil, já em 2024, elevando a dimensão da estrutura dos atuais 1.740 metros quadrados para 6.300 metros quadrados. A segunda fase da ampliação está prevista para 2028, com investimento de mais R$ 15 milhões, quando o Terminal chegará a 8.000 metros quadrados. Sendo assim, o valor total aplicado será de R$ 58 milhões nos cinco primeiros anos. A nova concessão vai até 2049.
Atualmente, 77% das receitas que vêm do Aeroporto de Cabo Frio são dos voos relacionados à indústria petrolífera. Com os investimentos no Terminal de Passageiros e as melhorias para a aviação civil, a ideia é equilibrar a balança.
O Aeroporto Internacional de Cabo Frio foi inaugurado em 1998 e concedido para gestão da iniciativa privada em 2001. Tem a segunda maior pista de pouso do Estado do Rio, atrás apenas do Galeão, é o maior aeroporto do interior do Estado e atua como ‘hub’ logístico para cargas destinadas à indústria petrolífera.