18/11/2025 — 18:28
  (Horário de Brasília)

Técnica de enfermagem relata agressões, ameaças e disputa familiar em Cabo Frio

Vítima afirma sofrer violência física, moral e psicológica desde o início de novembro; boletins, laudos médicos e vídeos sustentam denúncias

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Uma técnica de enfermagem do bairro Recanto das Dunas, em Cabo Frio, tem buscado ajuda das autoridades após uma série de episódios que, segundo ela, configuram agressões, ameaças e um conflito cada vez mais intenso envolvendo sua mãe S., sua irmã V. e o companheiro da mãe P.. O caso, que começou a tomar forma no dia 10 de novembro, já gerou múltiplos registros policiais, laudos médicos e relatos que estão agora sob análise da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

O primeiro episódio documentado ocorreu quando a vítima foi surpreendida por uma guarnição policial chamada pela mãe e pelo companheiro dela. Eles alegavam suspeita de furto na casa onde a técnica havia morado anteriormente. Entretanto, segundo consta no relato da PM, nenhum indício de crime foi encontrado.

Logo após a presença da polícia, a vítima afirma ter sido agredida pelas costas com um empurrão. Ela procurou atendimento médico e deu entrada em um Boletim de Atendimento Médico (BAM), onde relatou dores e impactos da agressão. O exame de corpo de delito, realizado posteriormente, apontou lesão corporal, reforçando a versão apresentada.

Ainda no dia 10, segundo a técnica de enfermagem, o homem teria retornado ao quintal da residência, feito filmagens e debochado da vítima – mesmo depois de ter sido apontado como agressor no registro policial. Ela afirma que “ele só aparece no local para tumultuar e provocar”, comportamento que teria acontecido diversas vezes.

A vítima relata que a presença constante do servidor na área compartilhada é fonte contínua de conflitos, especialmente após a construção de um muro que dividiu o quintal. A técnica afirma que precisa acessar a área onde ficam a cisterna e a estrutura hidráulica da casa, o que estaria sendo usado como forma de pressão e disputa por parte da mãe e do companheiro.

Segundo a técnica, em outro momento naquele dia, ela voltou a ser agredida pelo homem, o que aumentou o senso de vulnerabilidade. Mesmo após acionar a polícia e registrar ocorrência por lesão corporal, ela afirma que o agressor retornou ao local e fez novas ameaças.

O sentimento, segundo ela, é de que sua segurança não está sendo garantida e que a situação só tende a piorar sem intervenção mais firme.

Em outro registro, a técnica acionou o 190 por estar sendo ameaçada simultaneamente pela mãe, S., pela irmã, V., e pelo agressor. Ela afirma que, apesar de existir um laudo médico comprovando uma agressão anterior, o trio continuou tentando provocá-la e intimidá-la.

A vítima destaca que sua mãe e sua irmã possuem medidas protetivas contra ela, que, segundo relato, foram utilizadas de maneira “manipulada para inverter papéis e prejudicá-la”. Ela afirma que essas medidas têm sido usadas como ferramenta para pressioná-la a sair da casa onde vive desde 2012, pertencente ao seu pai.

A situação, porém, não seria nova. A técnica relata que, na adolescência, deixou de morar com a mãe por causa de comportamentos agressivos. Ela conta que foi criada por uma tia e por um tio, porque, segundo ela, a mãe portava armas e mantinha um temperamento violento.

A técnica também relata preocupação com a irmã, V., que vive com um homem que já foi preso no Rio de Janeiro. Segundo ela, ambos a ameaçam e afirmam que “chamariam pessoas da comunidade” para agredi-la, além de ameaças diretas envolvendo o marido da vítima e seus dois filhos, de 3 e 9 anos.

Ela afirma que teme que as ameaças possam se concretizar a qualquer momento.

A vítima ressalta que a mãe não reside mais na casa onde os conflitos ocorrem. Segundo ela, S. teria se mudado para o Centro de Cabo Frio, ao contrário do que foi informado durante uma diligência policial. A técnica afirma que a mãe estaria se valendo da antiga residência apenas para tentar expulsá-la do local que considera seu direito legítimo, já que mora ali há mais de uma década.

Um dos pontos mais sensíveis do caso é o fato do agressor ser servidor público no Terminal Transatlântico de Cabo Frio. A vítima teme que essas conexões políticas possam estar dificultando uma resposta mais rigorosa por parte das autoridades.

Ela questiona a manutenção do vínculo dele com o serviço público enquanto responde a acusações de violência.

“Alguém que trabalha recebendo turistas não pode estar envolvido em agressões. No mínimo deveria estar afastado até que tudo fosse apurado”.

A técnica afirma que tenta, sem sucesso até o momento, obter uma medida protetiva contra a mãe e a irmã. Ela diz que tem vivido sob constante tensão e que evita sair sozinha ou deixar as crianças desacompanhadas.

“Eu quero justiça e quero segurança para mim e meus filhos. Não é só uma briga familiar. Já ultrapassou todos os limites”.

Os registros, laudos médicos e vídeos encaminhados pela vítima estão sob análise da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Cabo Frio. A Polícia Civil deve ouvir novamente todas as partes envolvidas antes de decidir pela adoção de medidas protetivas, indiciamentos ou outras providências.

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MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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