29/10/2025 — 18:13
  (Horário de Brasília)

Saiba quem são os criminosos ligados ao CV em Cabo Frio que estão entre os alvos da megaoperação no Rio

Entre os presos estão integrantes da Favela do Lixo e da Boca do Mato. A ação, deflagrada pelo Governo do Estado, teve 145 suspeitos presos ou mortos e mirou lideranças que mantinham influência na Região dos Lagos, mesmo a partir de presídios

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A Operação Contenção, deflagrada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro na manhã da última terça-feira (28), teve como objetivo cumprir 100 mandados contra integrantes do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha. Até a meia-noite, o balanço oficial registrava 81 prisões e 64 mortes, entre elas a de quatro policiais que participavam da ação. Extraoficialmente, o númeor de mortos ultrapassa 130 vítimas.

O governador Cláudio Castro anunciou, no fim do dia, que solicitou a transferência para presídios federais de dez lideranças do Comando Vermelho já presas em Bangu. Segundo ele, essas figuras “ajudaram a provocar o terror” no estado. Entre elas está Wagner Teixeira Carlos, conhecido como Waguinho da Favela do Lixo, Bigode ou Tubarão, apontado como o principal chefe da facção na Região dos Lagos.

Integrantes de Cabo Frio presos no Alemão

A operação também alcançou criminosos de Cabo Frio, com a confirmação das prisões de:

  • Daniel da Silva Pereira, o Filhinho, da Favela do Lixo;
  • Sued Yuri Lemos Borges, o B da Glock, da Favela do Lixo;
  • Wescley de Mendonça Lessa, também da Favela do Lixo;
  • Patrick Wesley Rafael Domingos, o PT, da comunidade Boca do Mato.

Nas redes sociais, circulam informações ainda não confirmadas oficialmente sobre a morte de José Paulo Nascimento Fernandes, o Zé Lelê, e Maxuel Araújo Zacarias, o Dedão. Há ainda relatos de que Anderson da Silva Severo, o Uando ou Maestro, e Cleiton da Silva, o Mãozinha, teriam sido feridos durante os confrontos, mas seguem foragidos.

Quem é Waguinho, o chefe da Região dos Lagos

Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho, cumpre pena há mais de 15 anos no Complexo de Gericinó. Mesmo preso, ele é apontado pelas investigações como responsável por comandar o tráfico nas comunidades Favela do Lixo, Guarani e São Cristóvão, em Cabo Frio, além de coordenar atividades criminosas em Arraial do Cabo e São Pedro da Aldeia.

Em 2016, Waguinho foi o principal alvo da Operação Constantino II, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ), sendo condenado a mais de 28 anos de prisão. Na época, as investigações revelaram que ele mantinha o controle da organização de dentro do presídio, repassando ordens por ligações e mensagens.

Em 2021, foi novamente citado na Operação Reza Vela, que destacou a Favela do Lixo como o principal reduto do Comando Vermelho na Região dos Lagos, atuando como ponto de distribuição de drogas e abrigo de criminosos ligados à facção.

Waguinho também é denunciado como mandante da morte do policial militar Luís Paulo, o Negão do Bope, assassinado em fevereiro de 2020 em uma emboscada após sair do batalhão de Cabo Frio. Um dos executores do crime seria Daniel da Silva Pereira, o Filhinho, preso nesta terça-feira.

O traficante chegou a ser beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Cairo Ítalo, afastado pelo Conselho Nacional de Justiça em setembro deste ano, após suspeitas de favorecer lideranças criminosas do Comando Vermelho e do chamado “Complexo de Israel”.

A Operação Contenção segue em andamento, e novas atualizações sobre prisões, mortes e transferências devem ser divulgadas nos próximos dias pela Secretaria de Segurança Pública.

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MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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