04/05/2025 — 15:54
  (Horário de Brasília)

Rede ilegal em rio de Araruama ameaça ciclo reprodutivo de peixes nativos

Moradores denunciam uso diário de redes fixas no Rio Mataruna, único afluente que serve de refúgio reprodutivo para espécies como o robalo; prática é proibida por lei

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O uso de redes de pesca fixas, conhecidas como redes de espera, tem preocupado moradores do centro de Araruama. Segundo denúncias recorrentes, a prática ilegal vem sendo realizada diariamente no Rio Mataruna, que deságua na Lagoa de Araruama, nas proximidades do letreiro “Amulá Araruama”, atrás do fórum da cidade.

O local é considerado o único ponto da região onde espécies como o robalo sobem para se reproduzir, por conta de seu ecossistema de transição entre manguezal, água doce e salgada. A presença constante das redes tem causado mortandade de peixes de diversos tamanhos e interrompido o ciclo reprodutivo natural da fauna aquática local.

“Essa época é justamente quando o robalo sobe para se reproduzir. E os caras estão matando tudo. Colocam 300 metros de rede atravessando o rio, todos os dias. Estão acabando com tudo”, relata um dos denunciantes, que prefere não se identificar por medo de retaliações.

Além dos impactos ambientais, a prática fere as normas de pesca que proíbem o uso de redes fixas na foz dos rios — especialmente em áreas de reprodução e berçário de espécies nativas. Moradores cobram fiscalização mais efetiva por parte das autoridades ambientais e reforçam que o problema já se tornou rotineiro.

O Rio Mataruna desempenha papel crucial para a biodiversidade local, e sua degradação representa uma ameaça direta à sustentabilidade da pesca artesanal e ao equilíbrio do ecossistema lagunar.

A reportagem procurou a Prefeitura de Araruama e os órgãos ambientais competentes para saber quais medidas estão sendo adotadas diante das denúncias e aguarda retorno.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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