O uso de redes de pesca fixas, conhecidas como redes de espera, tem preocupado moradores do centro de Araruama. Segundo denúncias recorrentes, a prática ilegal vem sendo realizada diariamente no Rio Mataruna, que deságua na Lagoa de Araruama, nas proximidades do letreiro “Amulá Araruama”, atrás do fórum da cidade.
O local é considerado o único ponto da região onde espécies como o robalo sobem para se reproduzir, por conta de seu ecossistema de transição entre manguezal, água doce e salgada. A presença constante das redes tem causado mortandade de peixes de diversos tamanhos e interrompido o ciclo reprodutivo natural da fauna aquática local.
“Essa época é justamente quando o robalo sobe para se reproduzir. E os caras estão matando tudo. Colocam 300 metros de rede atravessando o rio, todos os dias. Estão acabando com tudo”, relata um dos denunciantes, que prefere não se identificar por medo de retaliações.
Além dos impactos ambientais, a prática fere as normas de pesca que proíbem o uso de redes fixas na foz dos rios — especialmente em áreas de reprodução e berçário de espécies nativas. Moradores cobram fiscalização mais efetiva por parte das autoridades ambientais e reforçam que o problema já se tornou rotineiro.
O Rio Mataruna desempenha papel crucial para a biodiversidade local, e sua degradação representa uma ameaça direta à sustentabilidade da pesca artesanal e ao equilíbrio do ecossistema lagunar.
A reportagem procurou a Prefeitura de Araruama e os órgãos ambientais competentes para saber quais medidas estão sendo adotadas diante das denúncias e aguarda retorno.
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.