O programa Renata Cristiane Online, transmitido de segunda a sexta-feira pela Rádio RCFM 88,7, também em formato multiplataforma, recebeu nesta quarta-feira (15) diversos educadores em homenagem ao Dia dos Professores.
Os primeiros convidados foram Fabiano Xavier e Clarissa Carvalho, professores cabofrienses. Fabiano relembrou como é desafiador trabalhar em uma escola situada em uma área vulnerável, marcada por disputas entre facções criminosas. Ele destacou o papel dos educadores em mostrar aos alunos que a escola pode oferecer muito mais do que o envolvimento com o poder paralelo e ressaltou que é um grande desafio estar e trabalhar no meio disso tudo.
Já Clarissa comentou o recente caso de agressão em uma creche municipal da cidade. Ex-auxiliar de classe, ela destacou que é comum algumas crianças apresentarem comportamentos mais sensíveis em determinados dias, ficando mais chorosas, mas que isso deve ser acolhido com carinho e afeto. Ela acredita que o profissional precisa entender e respeitar as necessidades da criança, não agir com violência como aconteceu.
Os dois também participaram do quadro Like e Deslike, onde compartilharam suas preferências sem rodeios.
“O nosso like vai para todos os educadores. O nosso deslike vai para essa mulher que agrediu a criança”.
O outro convidado foi Eraldo Maia, professor aposentado da rede de Arraial do Cabo. Ele explicou por que se deve dizer “obrigado” e não “gratidão”, como muitos jovens costumam falar, detalhando que existem três níveis de gratidão e que, em português, dizemos “obrigado” porque a palavra vem do particípio do verbo “obrigar”, ou seja, ao dizê-la, declaramos que estamos ligados àquela pessoa por reconhecimento e apreço.
No quadro Like e Deslike, o educador declarou: “O meu like vai para o Paulo Freire. O meu deslike vai para os que não o apreciam”.
Os estúdios ainda receberam Marcinha Fulô e Andreia Fernandes para falar sobre educação antirracista. Márcia aproveita para esclarecer o que é a apropriação cultural, explicando que tudo que é consumido foi inicialmente criado por pessoas negras, e depois foi destituído, essa classe foi apagada e a cultura foi apropriada por pessoas da elite, que ignoram de onde vem a origem.
Ela conta como surgiu o movimento Griot, relembrando que várias crianças negras e periféricas repetiam padrões racistas em suas brincadeiras, conversas e comportamentos. Ela então escreveu um projeto escolar de ensino antirracista e deu o nome Griot, que significa sacerdócio do saber.
As duas educadoras encerram deixando seu Like e Deslike: “O like vai para a equipe do Catarina Cordeiro, nossos alunos e ex-alunos. O deslike vai para os senhores da guerra e as pessoas acham que o racismo é invenção”.
