O programa Renata Cristiane Online, transmitido de segunda a sexta-feira pela Rádio RCFM 88,7, também em formato multiplataforma, recebeu nesta segunda-feira (17) o artista plástico Reinaldo Caó, que falou sobre a importância de reconhecer e incentivar talentos negros nas artes. Ele destacou que, muitas vezes, jovens artistas são desacreditados desde cedo porque ainda existe uma associação do povo negro com o trabalho braçal. Segundo ele, professores, familiares e a sociedade em geral precisam estar atentos para não desestimular crianças e adolescentes negros que demonstram aptidão artística.
Caó também contou sobre sua trajetória e apresentou a exposição “Raízes Histórico”, que celebra ancestralidade e empoderamento sem retratar imagens de sofrimento. Ele explicou que a mostra segue uma narrativa linear, inspirada na criação da humanidade, começando com obras em tons quentes e encerrando com o retrato de Michelle Obama, produzido por ele em 2017.
O artista aproveitou a entrevista para comentar seu trabalho de formação de novos talentos na Oficina do Renato Azevedo, onde tem revelado jovens com grande potencial artístico — muitos deles moradores de comunidades como Boca do Mato e Manoel Corrêa. Ele ressaltou que esses estudantes precisavam apenas de conhecimento técnico, e que o talento já era evidente.
No quadro Like e Deslike, Caó compartilhou suas escolhas: “O meu like vai para minha família. O deslike vai para os intolerantes.”
O estúdio também recebeu o secretário de Cultura de Cabo Frio, Carlos Ernesto Lopes, o Carlão, que destacou o trabalho da Secretaria, amplamente reconhecido pela classe artística de diferentes segmentos. Durante a entrevista, ele refletiu sobre a dificuldade histórica da sociedade em enxergar crianças e jovens negros como artistas em formação. Carlão propôs uma reflexão sobre como, dentro do ambiente escolar, a imagem associada à população negra ainda remete à escravidão, castigos e sofrimento. Para ele, isso demonstra a necessidade urgente de fortalecer o letramento racial e o pertencimento.
O secretário afirmou, ainda, que o País ainda precisa avançar muito nas discussões sobre representatividade e combate ao racismo, reforçando que o movimento antirracista é atual, necessário e deve ser apoiado. Destacou, ainda, o papel da comunicação — incluindo a RCFM — em abrir espaço para essas pautas e transformar conhecimento em conscientização cultural.
No Like e Deslike, Carlão revelou: “O meu like vai para a equipe da Secretaria de Cultura. O deslike vai para quem duvida de si.”





