15/06/2025 — 07:27
  (Horário de Brasília)

Psicólogo de São Pedro cria instituto que oferece formação profissional para atuar no espectro autista

Após o diagnóstico do filho mais velho, Fábio Coelho decidiu se especializar no assunto. Hoje, a Academia do Autismo é referência para familiares e profissionais da área

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Em São Pedro da Aldeia, a Academia do Autismo nasceu com o objetivo de acolher mães, pais, familiares, pessoas com o TEA e, ainda, profissionais de saúde que desejam se especializar no assunto. Seu compromisso é claro: gerar conteúdo sobre autismo para todo o Brasil. E isso vem sendo feito, já que mais de 300 mil pessoas já participaram dos eventos gratuitos e mais de 40 mil alunos já passaram pelos cursos oferecidos na plataforma de educação.

O Transtorno do Espectro Autista afeta milhões de pessoas e, segundo o CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, 1 em cada 36 crianças de até 8 anos. No Rio de Janeiro, a Academia do Autismo oferece suporte, educação, recursos e inclusão de pessoas no espectro autista e suas famílias, além de formar profissionais de saúde em cursos e pós-graduação. Entretanto, nem sempre foi assim. Sócio-diretor da instituição, o psicólogo Fábio Coelho revela que decidiu recalcular rota quando seu filho mais velho foi diagnosticado com TEA.

“Há 13 anos, no final da minha graduação de Psicologia, veio um diagnóstico que não esperávamos de autismo para meu filho mais velho. A partir disso, direcionamos toda a nossa vida para estudar isso. Primeiro para ajudá-lo, depois para ajudar outras crianças também. Comecei a entender e estudar o assunto, passando a ser procurado por outras pessoas. Em 2016, decidi fazer um curso e, em 2018, fundamos a Academia do Autismo, eu e a minha esposa. Hoje, tenho dois filhos com TEA, vivo o autismo nas clínicas e em casa. Ou seja: 24 horas por dia da minha vida é dedicada a isso, que é algo que eu verdadeiramente gosto de falar”, afirma.

CONHEÇA OS PROJETOS

A Academia do Autismo conta com quatro projetos: a Academia Solidária, uma iniciativa voltada para palestras, consultorias e treinamentos para a comunidade em geral de forma filantrópica; o Centro Integrado de Aprendizagem em Autismo, uma plataforma de formação continuada em Autismo; e o Meeting da Academia do Autismo, evento que promove o encontro de alunos, especialistas e toda a equipe por trás dessa estrutura, e o MAAIS – Modelo Academia do Autismo de Intervenção Singular -, Modelo de intervenção usado nas clínicas da Academia do Autismo e em dezenas de clínicas licenciadas que recebem todo o suporte profissional da instituição.

A ideia é ajudar e orientar familiares ao mesmo tempo em que capacita profissionais para que eles possam exercer com sabedoria e tratar com empatia um dos momentos mais importantes da vida de alguém com autismo: o diagnóstico. Fábio analisa que esse é apenas o início e que, a partir disso, as intervenções são planejadas para oferecer o melhor: “Se tem uma coisa que é um acordo no autismo é a precocidade. Quanto antes a gente diagnosticar e começar a intervenção, melhor o prognóstico”, explica. “As intervenções envolvem acompanhamento médico: a avaliação médica, especialmente psiquiatria infantil ou neuropediatria, que é o neurologista infantil, é muito importante na equipe interdisciplinar”.

Uma dessas intervenções é a Análise do Comportamento Aplicada, ou ABA, ciência da aprendizagem que nasceu nos Estados Unidos e que pode ser usada para ajudar pessoas com transtornos do desenvolvimento, sendo o grande foco da instituição. Hoje, a Academia do Autismo já atende 16 clínicas que utilizam o método criado por eles a partir dessa ciência: o MAAIS, um modelo completo e comprovado para clínicas que visam oferecer serviços de excelência, baseados em evidências científicas para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), destacando-se por sua abordagem inovadora, com foco no bem-estar e desenvolvimento dos pacientes, visando estabelecer e manter padrões de excelência nas intervenções realizadas.

Para Fábio, iniciar a Academia do Autismo preencheu uma lacuna não só na sociedade, mas também em sua vida: “É gratificante demais saber que, de alguma forma, estamos influenciando no desenvolvimento e na qualidade de vida de tantas pessoas, já que o TEA afeta 1 a cada 36 pessoas no Brasil. Quando comecei, não imaginei que iríamos tão longe, mas já estamos perto de inaugurar uma segunda clínica. Sempre digo que não fui eu quem escolhi o autismo e sim o autismo que me escolheu. Então, a intenção de todos é levarmos nossa instituição, nosso método e todo o nosso ecossistema cada vez mais longe, porque entendemos que essa é a nossa missão de vida: promover melhoria na qualidade de vida das pessoas com TEA por meio da capacitação, com excelência, de profissionais e familiares”, encerra.

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