A posse de professores e outros profissionais da educação, que estava prevista para esta segunda e terça-feira (9 e 10) em Cabo Frio, foi suspensa de forma repentina pela Prefeitura. A notícia, divulgada por meio de uma edição extraordinária do Diário Oficial, publicada por volta das 10h, pegou de surpresa os candidatos aprovados no Concurso Público de 2020, que aguardavam no auditório da SEME para assumir seus cargos.
Entre os presentes, tinham gestantes, pessoas vindas de Duque de Caxias, Goiás e até da Irlanda. Muitos pediram demissão de seus empregos, venderam bens, deixaram suas cidades de origem confiando na estabilidade oferecida pelo cargo público de uma prova que eles passaram e devem assumir por direito.
O Secretário de Educação de Cabo Frio esteve no local e afirmou que também foi surpreendido pela decisão. Ele solicitou respostas da Secretaria de Administração, mas a responsável pela pasta enviou representantes, que também afirmaram desconhecer os motivos da suspensão. neste momento, cerca de 47 pessoas continuam no local aguardando um retorno do gabinete da prefeita.
“Não sairemos daqui sem a nossa posse”, disse um professor.
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos) esteve presente e declarou total apoio aos concursados. Denise Alvarenga, coordenadora do sindicato, criticou duramente a decisão:
“A gente precisa saber da onde saiu essa ideia covarde com os concursados. Temos certeza absoluta que a Secretaria de Educação, com seu orçamento, consegue arcar com esses profissionais. E a necessidade da rede municipal é muito maior do que a chamada que está acontecendo.”
O Sepe já acionou seu departamento jurídico e promete levar o caso ao Ministério Público. Segundo o sindicato, um levantamento realizado aponta grande demanda na rede municipal, o que reforça a necessidade de chamar os concursados, ao invés de recorrer a contratações temporárias.
A posse suspensa é a segunda fase da chamada do Concurso Público de 2020. Na semana passada, a primeira etapa ocorreu sem problemas, aumentando o mistério em torno da decisão repentina.
Todos continuaram aguardando um retorno e, por volta das 16h, o secretário de Educação recebeu uma resposta da Procuradoria Geral confirmando a revogação. A justificativa, foi o período de transição. Eles afirmam que a comissão não foi informada sobre o calendário de posse e por isso, pediu o cancelamento.
A redação do Portal RC24h entrou em contato com o suposto futuro secretário de Educação, Alfredo Gonçalves, que negou veementemente qualquer interferência. “A única informação que solicitamos foi sobre a matrícula da rede municipal”, disse ele, negando que em algum momento tenha feito qualquer solicitação para o cancelamento da posse e ressaltando que ainda nem foi confirmado como secretário ainda, para fazer tal pedido.
Para Denise, a justificativa não faz sentido, já que as tratativas para a convocação estavam sendo feitas antes mesmo das eleições. Confira:
Os convocados prometem não saírem do auditório até que uma posição concreta seja dada. Já a prefeita está em silêncio. Até agora nenhuma nota oficial ou pronunciamento da chefe do executivo foi publicada. A redação também entrou em contato com a Comunicação, mas não obteve retorno.