Um dos usos mais frequentes Lagoa de Araruama – que, na verdade é uma laguna, com maior massa de água hipersalina em estado permanente do mundo – é para a captura de peixes e camarões realizada com rede, além da pesca artesanal com linha. O local teve o período do defeso alterado em 2022, uma conquista importante para a economia dos municípios banhados pelas águas da laguna.
“Esse camarão é da lagoa” – uma das frases mais ouvidas por aqueles que circulam pelas cidades que são cerceadas pela Lagoa de Araruama, que estende-se por Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo, e encontram, facilmente, quem venda o crustáceo vindo diretamente das águas de lá, que, entre tantas outras espécies, assume o papel importante de criadouro do camarão-rosa, espécie que desova no mar e tem as larvas levadas até a laguna pelas marés do Canal do Itajuru.
A pesca do camarão na Lagoa de Araruama, assim como a de peixes, era proibida entre os dias 1º de agosto a 31 de outubro. Esse período, conhecido como defeso, era prejudicial no desenvolvimento da espécie. Após anos de luta, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do secretária de Aquicultura e Pesca, Jairo Gund, publicou, em 22 de agosto, a PORTARIA SAP/MAPA Nº 1.217, que autoriza a mudança no período do defeso do camarão na Lagoa de Araruama. O novo período passou a ser entre 1º de abril a 30 de junho.
“Essa é uma conquista de muitos anos. É importante para a economia, para os municípios, para os pescadores que tanto lutaram por essa separação. Agradecemos a todos os envolvidos, que nos ajudaram, isso é uma vitória. Isso vai trazer novamente a comercialização do camarão”, comemora o secretário de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia, Mário Flávio.
A mudança no período é uma grande conquista para os pescadores da Lagoa de Araruama, já que, no defeso junto com os peixes, quando a pesca voltava a ser liberada, entre novembro e julho, o camarão ainda estava em tamanho pequeno. Além disso, a prática também afeta o ciclo biológico de reprodução de crescimento da espécie.
A nova medida visa garantir que a pesca predatória seja evitada, preservando as espécies para que os estoques pesqueiro se reproduzam sem risco de serem capturados antes do tempo, preservando assim o ecossistema lagunar, e favorecer o crescimento de novas espécies dentro da Lagoa.
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.