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25/11/2024 — 04:28
  (Horário de Brasília)

Polêmica no Carnaval de Cabo Frio

Valores investidos na folia têm sido questionados por representantes dos blocos de arrastão

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O Carnaval em Cabo Frio acabou oficialmente – apesar de ainda ter bloco neste fim de semana – mas muitas agremiações que estão reclamando que faltou apoio, apesar da subvenção de R$ 400 mil que a Prefeitura repassou à Associação de Blocos e Agremiações Carnavalescas de Cabo Frio (Abaccaf). Problemas técnicos no som do trio e ter que pagar por fora para utilizar alguns equipamentos e ter acesso a seguranças, foram algumas das reclamações.

Além do subsídio do município, houve verba do governo do Estado (no valor de mais de R$ 100 mil), patrocínio de cervejaria e de fabricante de energético.

O que teria sido combinado, segundo alguns membros de diretorias de blocos, era que o dinheiro seria investido na estrutura do Carnaval e cada bloco teria um suporte de R$ 4 mil para ajudar nos gastos de suas agremiações. Mas não foi isso o que aconteceu. Pelo menos segundo o diretor cultural do bloco Carnagay, Matheus Cardoso.

“Os blocos não receberam nenhum valor, pelo menos o nosso não. E mais, se fôssemos ter alguma forma de ganho, por exemplo, na venda de abadá ou bebida liberada – não houve isso este ano -, enfim algum tipo de cobrança ao público, teríamos que pagar gerador, equipe de segurança, iluminação, entre outros. No fim das contas, isso significaria em torno de R$ 9 mil a R$ 10 mil que teríamos que arcar”, explicou ele.

Outro problema apontado pelo Carnagay foi falha técnica no trio. Duas atrações marcadas para o final não conseguiram se apresentar – um show de drag e uma apresentação de DJ -, pois o o trio ficou sem som. “Não conseguimos finalizar o bloco como deveria”.

Matheus disse, ainda, que outro empecilho foi o horário de saída do bloco, que este ano foi às 11h. “Durante 17 anos nosso bloco sempre saiu às 17h e esse ano mudaram para as 11h, dizendo que era o único horário disponível. Foi muito dificultoso, um horário muito ruim, principalmente porque nosso público só consegue ir ao Carnagay depois do expediente de trabalho”, acrescentou. Mesmo assim lotou, foi um sucesso, não tivemos nenhuma briga nem reclamação de furto ou roubo”, completou ele.

‘Bloco foi prejudicado, e muito’

Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria. - João Víctor Oliveira (RC24h)
Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria.João Víctor Oliveira (RC24h)
Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria. - João Víctor Oliveira (RC24h)
Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria.João Víctor Oliveira (RC24h)
Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria. - João Víctor Oliveira (RC24h)
Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria.João Víctor Oliveira (RC24h)

Outro que falou sobre a questão foi o diretor do tradicional Bloco das Damas, Marcelo Agualusa, disse que a agremiação foi prejudicada, “e muito”. Falou ainda que espera um posicionamento da Associação de Blocos e da Prefeitura.

“Não tem como fazer Carnaval. O Carnaval em Cabo Frio foi horrível, público horrível. Em 24 anos de Bloco das Damas nunca sobrou um abadá; esse ano sobrou. Acho que tem que se repensar e rever o Carnaval de Cabo Frio. Se não, vai acontecer com os blocos a mesma coisa que aconteceu com as escolas de samba: vão acabar. Por tudo que vi nesses dias de folia, me sinto muito desanimado mas, como eu gosto de fazer, a gente vai lá e tenta fazer o melhor. Muita coisa tem que se reestruturar e se profissionalizar.

Gerenciamento dos recursos

As agremiações reclamam por maior transparência na aplicação do recurso, e preferem que cada bloco direcione sua parte da verba no que fosse necessário.

A reportagem entrou em contato com o presidente da Abaccaf, Joir Reis, o qual disse que não houve problema nenhum (desqualificou a reportagem) e que vai se posicionar mais a frente, por meio de nota oficial da Associação. Da mesma forma, ele deixou de esclarecer qual foi o papel da Ambev na folia cabo-friense. Porque o espaço Estação do Carnaval se confundia com uma estação da Brahma, de tanta propaganda que havia por lá. Os blocos reclamaram que não receberam qualquer bonificação ou recursos da cervejaria.

Diante dessa questão, várias dessas agremiações – muitas delas pediram para não as identificar por medo de retaliação da Associação – defendem que preferem a subvenção dividida por cada bloco, o qual administrará seu próprio dinheiro naquilo que achar necessário, ao invés da Abaccaf gerenciar esses recursos de maneira unilateral.

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POLÊMICA 2: OS BONECÕES

Outra polêmica que envolve a folia de Momo em Cabo Frio diz respeito aos quase R$ 100 mil pagos pela Prefeitura à empresa responsável pelo bloco que desfila com aqueles bonecões gigantes ao estilo de Olinda (PE): foram R$ 69,5 mil pela contratação dos músicos e artistas responsáveis pela manifestação cultural e outros R$ 24 mil pelo restauro dos bonecos. Vale destacar que esse valor não faz parte da subvenção e não houve licitação para tal. E foram dois dias de desfile, com oito bonecos.

Essa polêmica pode ser compreendida se compararmos com o desfile de bonecões no município vizinho, São Pedro da Aldeia. Por lá, a atração existe há mais de 20 anos e foi retomada pela atual gestão depois de dois anos sem os festejos na cidade. “Para o retorno este ano, fizemos um trabalho de restauração dos bonecos, que foi realizado pela própria equipe de criação da secretaria de Cultura formada pelos artistas Flavio Rangel, Marcio Alexandre Simas e Roger Suriani. Além da restauração foi necessário a confecção de novas roupas dos personagens, em substituição as antigas. Para os desfiles tivemos também a contratação de uma banda de fanfarra, formada por músicos locais, por meio de um edital de chamamento público e um pessoal de apoio para a manipulação dos bonecões e condução do bloco”, explicou o secretário municipal de Cultura, Thiago Marques. O valor gasto foi inferior a R$ 50 mil com desfile em todos os dias do Carnaval, com mais de dez bonecos.

Fonte: O Dia

Redação
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