Nesta quarta-feira (26), a Câmara Técnica de Pesca e Aquicultura do Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) e o Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) promoveram uma reunião para debater questões relevantes para a Lagoa de Araruama. O encontro, realizado na sede da Associação dos Pescadores Artesanais e Amigos da Praia da Pitória, em São Pedro da Aldeia, abordou a identidade geográfica da tainha, a dragagem da Praia do Siqueira, em Cabo Frio, e a qualidade do pescado na região.
Uma das apresentações destacou a importância da identidade geográfica da tainha da Lagoa de Araruama, um reconhecimento que agrega valor ao pescado local, ressaltando suas características únicas de sabor e qualidade. O selo de identificação pode beneficiar os pescadores e a economia regional, garantindo um produto diferenciado no mercado.
Durante a reunião o superintendente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) na Região dos Lagos, Valdemir Dias, anunciou avanços no processo de licenciamento ambiental para a dragagem da Praia do Siqueira. Segundo ele, a liberação da licença está na fase final e deve ocorrer dentro de 15 a 20 dias.
“Esse é um trabalho conjunto do Inea, da prefeitura, do Comitê e do Consórcio Intermunicipal Lagos São João e dos pescadores, que são nossos fiscais dentro da lagoa”, afirmou Dias. Além da Praia do Siqueira, futuras dragagens estão previstas para Mossoró e Camerun, em São Pedro da Aldeia.
Uma das pautas mais aguardadas foi a divulgação dos resultados das análises realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre a qualidade do pescado da Lagoa de Araruama. A pesquisa foi conduzida após preocupações levantadas por pescadores sobre possíveis contaminações.
De acordo com Fabíola Fogaça, técnica da Embrapa, os resultados indicaram que o pescado da lagoa apresenta frescor e excelente qualidade.
“Nosso relatório foi interpretado de maneira equivocada. Quando fazemos uma análise, determinamos um intervalo de contagem de bactérias, mas em nenhum momento dissemos que o produto estava contaminado. Pelo contrário, todos os peixes analisados estavam dentro dos padrões adequados para consumo”, explicou.
A secretária executiva do CILSJ, Adriana Saad, reforçou a importância da monitoria constante da lagoa.
“Encaminhamos para a Embrapa peixes da lagoa para análise, visando corroborar com a questão do selo de qualidade. A análise mostrou que todos os parâmetros estavam adequados, incluindo espécies como tainha, carapeba, camarão e perumbeba”, afirmou.
Além de discutir medidas ambientais e econômicas para a lagoa, a reunião também teve o objetivo de desmentir boatos sobre a qualidade do pescado. Segundo os especialistas presentes, a disseminação de informações equivocadas pode prejudicar a cadeia produtiva da pesca artesanal, afetando diretamente a renda dos pescadores da região.
Com as informações divulgadas, a expectativa é que a comunidade pesqueira e os consumidores tenham mais segurança e confiança na qualidade do pescado da Lagoa de Araruama, valorizando ainda mais esse importante recurso natural.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).