02/04/2025 — 05:48
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Operação policial mira ex-pastor do Projeto IDE em Cabo Frio

Samuel Bello, e advogada, Joice Alves Nunes, foram indiciados pelo crime de falsidade ideológica, com a Justiça determinando o bloqueio de R$ 1 milhão em bens dos acusados

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Nesta segunda-feira (31), a Polícia Civil deflagrou a Operação Purificação, tendo como principais alvos o ex-pastor do Projeto IDE, Samuel Bello, e sua advogada, Joice Alves Nunes. Ambos foram indiciados pelo crime de falsidade ideológica, levando a Justiça a decretar o bloqueio de R$ 1 milhão em bens pertencentes aos acusados.

O Portal RC24h publicou uma matéria revelando as denúncias em janeiro deste ano. As apurações indicam que Samuel Bello teria desviado bens da igreja para proveito próprio, contribuindo para a crise financeira que resultou no encerramento das atividades do Projeto IDE. Além disso, diversos relatos apontavam também, abuso psicológico e práticas abusivas dentro da liderança. Criada em 1997, a instituição era uma das mais influentes na comunidade evangélica da Região dos Lagos, sendo reconhecida por sua atuação social e expansão. A entidade chegou a administrar uma escola particular e unidades em outras cidades, mas fechou suas portas em 2022 devido a dificuldades econômicas.

Foto: Arquivo Projeto IDE.

A Justiça também determinou que Samuel Bello e Joice Alves fossem afastados da administração da igreja, que conta com propriedades em Cabo Frio, Macaé e até na Bahia. Além disso, bens pessoais dos acusados, incluindo artigos de luxo e embarcações, foram confiscados.

Relatos anteriores já indicavam que Samuel Bello teria manipulado assembleias para assumir a presidência da instituição. Como parte das sanções judiciais, os investigados tiveram seus sigilos telefônicos quebrados, passaportes retidos e estão impedidos de se aproximar dos bens da igreja. Também precisarão comparecer à Justiça a cada dois meses.

Até o momento, Samuel Bello não se manifestou sobre a operação. Entretanto, em uma entrevista concedida a um podcast em janeiro deste ano, ele negou todas as acusações e afirmou ter provas de que as assembleias realizadas seguiram a legalidade.

A Justiça estabeleceu um prazo de 10 dias para que os integrantes do antigo Projeto IDE realizem uma assembleia e elejam uma nova diretoria, que será responsável por definir o destino do patrimônio da instituição.

O advogado Jeferson Brandão, que acompanha o caso, declarou: “Este é apenas o início do fim dos abusos religiosos e da instrumentalização de instituições religiosas para enriquecimento de seus líderes e demais beneficiários”.

As investigações seguem em curso, e novos desdobramentos são aguardados nos próximos dias.

Sabrina Sá
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